Caminhoneiros de Mato Grosso do Sul mobilizam protesto na manhã desta segunda-feira (21) contra o aumento do anunciado pelo governo. De acordo com o Sindicam-MS (Sindicato dos Caminhoneiros de Mato Grosso do Sul), o comando é para que os cerca de 19 mil profissionais paralisem suas atividades nesta segunda, em protesto à quinta alta do preço do diesel somente nos últimos dias.

“Isso se tornou um abuso, o governo perdeu o respeito pelauma das maiores categorias de trabalhadores do país e pela sociedade. A alta do diesel não afeta só os camioneiros, afeta todo mundo, porque o preço sobe para tudo”, comenta Roberto Sinai, integrante do Sindicam-MS.

De acordo com Sinai, que acompanha um grupo de camioneiros paralisados no posto Locatelli, na saída para São Paulo (BR-163), a estratégia desta manhã é conscientizar colegas para não rodarem.

“Os colegas estão aderindo e nós estamos nos comunicando com todos, pelas redes sociais, WhatsApp e por outras maneiras. Por enquanto, estamos parados, mas podemos ir para as rodovias, caso achemos necessário”, pontua, sem descartar a possibilidade de interditar rodovias.

Em todo o país

Há registro de protestos de caminhoneiros em ao menos 11 Estados brasileiros, incluíndo Mato Grosso do Sul. Porém, de acordo com informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), já há trechos de rodovias interditadas no Paraná, Ceará, Espírito Santo e São Paulo.

Até 19 mil caminhoneiros em MS devem parar em protesto à alta do diesel
Categoria articula paralisação, mas não descarta ir a rodovias (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

O anúncio da alta do diesel ocorreu na última sexta-feira (18), o que motivou articulação da ABCam (Associação Brasileira de Caminhoneiros) para que a categoria paralise atividades nesta segunda-feira. “O aumento constante do preço nas refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel tornou a situação insustentável para o transportador autônomo”, traz comunicado da ABCam.

Para a associação, a categoria é prejudicada diretamente pela nova política da Petrobrás de correção quase diária de preços dos combustíveis, já que dificultaria a previsão de custos por parte do transportador. A majoração de tributos como PIS/Cofins também contribuem para alta do preço do frete.

Na última semana, a ABCam protocolou ofício no governo questionando os sucessivos aumentos do diesel, que teriam gerado aumento de custos de transporte, já que representaria 42% do preço final. A entidade também revela, com base em dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo), que 43% do preço do diesel na refinaria é decorrente de tributos como ICMS, PIS, Cofins e Cide.