2/3 das dívidas do campo-grandense são de montantes até R$ 2.000,00, contas que poderiam ser evitadas 

Dados de dois dos principais indicadores de proteção ao  crédito apontam crescimento no número de inadimplências no Brasil, que seria ocasionada pela retração econômica  do ano passado. Em Mato Grosso do Sul a realidade não é muito diferente, mas segundo a Associação Comercial de Campo Grande (ACICG) a expectativa é de apreensão, mas sem desespero. O quadro de 2014 segundo o diretor da entidade, responsável pelo serviço local do SCPC Boa Vista, é bem peculiar e deve ser avaliado portanto de forma isolada em virtude do período ter exigido do algo que ele ainda precisa muito melhorar: o planejamento familiar financeiro. 

“A movimentação da nossa Economia em janeiro seguiu uma normalidade no Comércio que atende a situação do consumidor comprometido até abril com os pagamentos de IPTU, matrícula de escola e material escolar além de outros custos que estouram nessa época. Houve queda, leve mas não retração contudo a expectativa de 2015 é apreensiva por tudo que é falado e o cenário que esse Governo Federal vive. No Estado abriu-se menos empresas no ano passado, o investidor foi mais conservador, coisa que o consumidor precisa ser”, diz o diretor da ACICG, Renato Paniago.

De acordo com Renato o consumidor precisa ter um planejamento de finanças para com isso preservar os seus custos com os itens elementares e necessários, como alimentação, moradia, transporte , as contas fixas. Ele explica que um colapso no orçamento da família pode influenciar na manutenção desse acesso básico,  algo que quando acontece de acordo com estudo da entidade geralmente está ligado primeiramente a investimentos supérfluos.

“O consumo precisa ser consciente, não pode  acontecer de forma desordenada. O consumidor não pode comprar com os olhos e sim com a cabeça. Dois terços das dívidas de clientes, catalogadas pelos serviços de proteção ao crédito em Mato Grosso do Sul,  são de montantes até R$ 2 mil, gerados por carnês ou cartão de crédito. No exercício do ano apenas 32% diz respeito dívidas acima desse patamar”, conta Paniago.

Indicadores nacionais

No final de janeiro deste ano, o Serasa Experian , pelo seu indicador divulgou que em 2014 houve um aumento nacional na inadimplência em 5,8% , sendo o quarto aumento em exercício registrado seguidamente desde 2010.
 
“Segundo os economistas da Serasa Experian, o quadro de recessão/estagnação econômica predominante no ano passado, prejudicando a geração de caixa das empresas, bem como a elevação de custos financeiros (aumento das taxas de juros) e não financeiros (alta do dólar, dos salários acima dos ganhos de produtividade, etc.) afetaram negativamente a saúde financeiras das empresas, provocando aceleração dos níveis de inadimplência”, descreveu na página oficial da empresa.

Um panorama com perspectiva parecida foi anunciada pela SCPC Boa Vista no inicio de fevereiro.  De acordo com o indicador o número de títulos protestados de empresas aumentou em 26,8% no ano passado, enquanto no que diz respeito só ao  universo dos consumidores o acréscimo foi de 23,8%