Bancos ultrapassam operadoras de telefone e lideram reclamações no Procon na Capital

Os bancos e outros operadores do sistema financeiro ultrapassaram as operadoras de telefone e agora lideram as reclamações no Procon-MS em Campo Grande. A informação foi dada pelo superintendente do Procon-MS, Alexandre Rezende, nesta terça-feira (2). De fevereiro até junho deste ano, estão registradas 1.179 reclamações de bancos. Os cinco primeiros são BMG com 193 […]

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Os bancos e outros operadores do sistema financeiro ultrapassaram as operadoras de telefone e agora lideram as reclamações no Procon-MS em Campo Grande. A informação foi dada pelo superintendente do Procon-MS, Alexandre Rezende, nesta terça-feira (2).

De fevereiro até junho deste ano, estão registradas 1.179 reclamações de bancos. Os cinco primeiros são BMG com 193 reclamações, Bradesco com 127, Panamericano com 62, Banco do Brasil com 60 e Caixa Econômica com 58.

Até 2013, as operadoras lideravam com folga em registros de reclamações. “Mas não quer dizer que elas melhoraram. O número de reclamações dos bancos que cresceu muito”.

Para Alexandre, o motivo da mudança é a falta de preparo após o crescimento econômico dos consumidores. “Começam a fazer crédito e se endividar, por conta das campanhas publicitárias ofensivas que incentivam o consumo. Eles compram por comprar e fazem créditos insustentáveis”, analisa.

O superintendente do Procon aconselha os consumidores a resistir às tentações. “Muitos economistas dizem que o segredo é não comprometer mais que 30% do salário com parcelas fixas e comprar somente o que for necessário e que estiver dentro do orçamento”.

Casos

No tempo em que a equipe de reportagem esteve na sede do Procon, encontrou dois consumidores com problemas com os bancos.

Faliu, sumiu

O estudante Vagner Jaderson dos Santos, de 27 anos, estava indo registrar reclamação contra o Banco Rural. Ele estava pagando prestação pecuniária quando o banco faliu, em janeiro de 2013. Desde então, está sem o dinheiro da sua conta.

“Procuro alguém do banco não tem mais sede, não tem telefone para contato, nada. Quero saber quem vai me dar o meu dinheiro”, pede. O estudante diz conhecer mais pessoas que perderam dinheiro após a falência do banco e reclama do transtorno. ”Podia estar agilizando minha vida e estou aqui. Nada paga este transtorno”, destaca.

Nome no SPC

Jurandir Albino de Souza já está em estágio mais avançado de negociação. Mesmo um ano após quitar dívida que tinha com um banco, ele viu seu nome ir parar no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) ao fazer uma compra. “O banco colocou meu nome no SPC, cortou meu limite, talão, tudo. E eu tinha quitado a dívida”, conta.

Jurandir procurou o Procon e em dezembro entrou na Justiça com pedido de indenização, após não receber proposta do banco. “Eles pediram um acordo muito baixo, agora vou brigar pela indenização”, diz.

Índice de acordo

Apesar do alto número de reclamações, o superintendente Alexandre Rezende revela que o índice de acordo dos bancos com os consumidores beira 75 a 80% dos casos. “Temos bons canais de negociação das dívidas”. Além disso, o Procon tem enviado fiscais para percorrer as agências bancárias da Capital, fiscalizando o tempo de fila, outro motivo de reclamações.

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