Consumidor que faz uso contínuo de medicamentos pode aproveitar os preços menores, pelo menos enquanto o reajuste não é aplicado

O reajuste de até 5,65% nos preços dos medicamentos passou a valer ontem (1º), e a previsão é que a tabela com os novos valores chegue nas farmácias dentro de 15 dias, quando o consumidor vai encontrá-los a preços maiores.

“A tabela com o preço máximo que pode ser cobrado pelo medicamento nas farmácias e drogarias será atualizada por causa do reajuste do governo, e deve chegar nos estabelecimentos no prazo de 15 a 20 dias. Quando isso acontecer, o repasse para o consumidor é automático”, explica o presidente do Conselho Regional de Farmácia de MS, Ronaldo Abrão.

O reajuste foi autorizado pelo Ministério da Saúde no dia 12 de março, e será aplicado em 13.782 medicamentos. O governo estabelece o aumento conforme classificação de cada medicamento: os de nível 1, aqueles mais comuns e, portanto, fabricados em maior quantidade, ficarão 5,65% mais caros, nível 2,8% e os de nível 3, menos procurados, 0,25%.

“Para os medicamentos mais procurados, que tem maior saída, o aumento é maior porque, ao mesmo tempo, têm mais genéricos a disposição e outras alternativas para quem depende deles”, justifica Abrão.

Aumento preocupa quem faz uso contínuo dos medicamentos

Álvaro Correa, 71 anos, ficou sabendo do aumento e correu para comprar uma quantidade, antes que fique mais caro. “Meus comprimidos ainda nem acabaram, mas, vem um aumento aí, então vou aproveitar enquanto o preço está o mesmo”, conta.

O aposentado Arancílio dos Santos, 68 anos, depende de, pelo menos, dois remédios para manter a saúde em dia: um para controlar a pressão, e outro para tireóide. “Fora quando vem uma gripe, e a gente precisa comprar antibiótico, anti-inflamatório”, conta. Junto com ele, a esposa também depende de medicamentos de uso contínuo (também para pressão alta, e diabetes). “Qualquer aumento faz muita falta no dinheiro do mês. E a gente não tem como deixar de tomar, então, deixa de comprar uma coisa aqui, outra ali”, diz o aposentado.

Tabela com preços deve ser disponibilizada nas farmácias para consulta do consumidor

O custo máximo desses medicamentos é determinado pelo governo federal, por meio da Anvisa, que estabelece o chamado Preço Máximo ao Consumidor (PMC), que já inclui os impostos incidentes em cada Estado. “Se um remédio custa R$ 40, pode ser vendido até por R$ 10, se for uma opção do estabelecimento. Mas, se for vendido por R$ 41, já é uma irregularidade”, explica Abrão.

Uma tabela com o valor de cada medicamento e seu respectivo PMC deve ficar disponível no balcão das farmácias, e pode ser consultado sempre que solicitado pelo consumidor. “Fica no balcão da loja. Mas, como hoje tudo é informatizado, também é possível acessar pelo nosso sistema, no computador”, diz o gerente de uma drogaria de Campo Grande, Luiz Ávila.

Se a farmácia ou drogaria não contar com a tabela de preços, o consumidor deve denunciar o estabelecimento ao Procon, por meio do telefone 156.