A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) realiza hoje (29) a última audiência pública sobre a venda do Grupo Rede, da qual faz parte a Enersul, concessionária de energia elétrica que atende 903 mil clientes em Mato Grosso do Sul, no Hotel Bahamas em Campo Grande.

O objetivo é discutir com os públicos interessados a metodologia de revisão tarifária das concessionárias que deve ser aprovada em 2014 para aplicação a partir de 2015 e sobre o plano de recuperação da rede de energia.

Na ocasião, o diretor da Aneel e relator do processo de venda, José Jurhosa Júnior, explicou detalhes do processo de análise da venda do Grupo Rede. Segundo o diretor, assim que a audiência for concluída, a agência pretende colocar o plano de recuperação em votação, provavelmente no dia 18 de dezembro.

O plano de recuperação, que prevê a venda das empresas do grupo à Energisa, já foi aprovado pela Justiça e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas depende de aprovação da Aneel.

As empresas do Grupo Rede estão sob intervenção do órgão desde agosto de 2012 por conta da dívida do grupo que, à época, passava dos R$ 5 bilhões. Conforme o diretor, a interdição deve ser concluída até julho de 2014, mas que também pode ser interrompida a qualquer momento, assim que for definida a situação das concessionárias judicialmente.

Foi justamente para evitar impacto nas contas para o consumidor que a Aneel interviu nas empresas com o objetivo de defender o interesse público, a qualidade do serviço adequado aos consumidores e a gestão dos negócios das concessionárias. ”Eu acredito que não teremos um aumento no valor da conta de energia elétrica, mas também não vai diminuir”, afirmou Jurhosa.

De acordo com a presidente do Concen (Conselho dos Consumidores da Enersul), Rosemeire Cecília da Costa, a cobrança é que a intervenção acabe logo porque a empresa está impedida de fazer investimentos para melhorar a qualidade dos serviços. “É preciso terminar logo a intervenção porque assim a empresa fica parada sem poder investir em qualidade dos serviços prestados”, alega.

Ela também afirma que estão pressionando para que sejam mantidos os índices que foram reduzidos e que a qualidade do serviço seja boa. A presidente do Concen também cobrou da Aneel que o Ministério de Minas e Energia faça uma divulgação sobre a questão da cobrança das bandeiras tarifárias que vão funcionar a partir de janeiro de 2014.

Rosemeire ressaltou que ainda os consumidores não sabem como vai funcionar a cobrança dessas bandeiras tarifárias na conta de energia elétrica. “É preciso que os consumidores entendam como funciona a cobrança dessas bandeiras”, afirma.

Conforme a presidente do Concen, é necessário que os consumidores sejam racionais no consumo da energia para evitar o aumento do valor cobrado da energia elétrica.

Segundo Rosimeire, o consumidor, a partir de 2014, vai pagar R$ 1,50 a mais por mês em sua conta caso ultrapasse 150 kw/h. Com isso é necessário racionar o uso da energia elétrica.