Aumento do abate de vacas neste momento da pecuária vai refletir em menos gado em 2013. Isto vai refletir na forte evidência da oferta e procura.

Com frigoríficos fazendo concentração de compra, o gado voltou a ser mercadoria rara no mercado. Além disso, o aumento do abate de vacas significa que a partir de 2013 o Brasil, e isto inclui Mato Grosso do Sul, terá menos gado e como consequência o consumidor vai pagar mais caro pelo quilo da carne.

O alerta para o atual comportamento da pecuária de corte e seu reflexo é do analista de mercado Júlio Brissac, um especialista no assunto. Ele avalia que o produtor rural é quem pode dar as cartas ao invés do supermercadista e começar a ditar as regras de como vai controlar as negociações. “O produtor moderno entende que só consegue avaliar o mercado por preços médios e saber tudo que está acontecendo em termos de gestão de seu negócio e como está se comportando o mercado hoje e ontem é um dos segredos”, garante.

Para o analista de mercado, o momento da pecuária de corte é um jogo de profissionais e não para amadores. Na sua visão, muito pecuarista vai quebrar e sair do mercado por não ter uma gestão eficiente na hora de negociar seu produto

Brissac orienta que de nada adianta o pecuarista pegar telefone e ligar no frigorífico e perguntar o quanto estão pagando pela arroba. O Brasil e o Estado, apesar das modificações de concentração de compra no Centro-Oeste, operam abaixo nas demandas. “Não adianta nada olhar pico de preço de entressafra quando tem pouco gado para vender”, afirma o consultor.

O consultor pondera que a margem de lucro não fica com o produtor ou o frigorífico. O supermercadista é o grande beneficiado com o comportamento do mercado. Ele dá como exemplo o preço pago pelo boi e pela vaca: historicamente a carne do boi tem 10% de valor agregado em relação à fêmea, porém, o consumidor paga pelo mesmo valor na gôndola.

“O Brasil deveria ser o país do Tributo Zero e não do Fome Zero como pregam certos governantes. A capacidade de consumo aumentou nos últimos anos. Conforme nossos estudos em relação ao comportamento de mercado, teremos um 2013 de carne cara ao consumidor”, alerta.

Boom dos grãos

Se de um lado a pecuária vive uma margem ruim, o mercado de grãos vive um verdadeiro boom. Só para se ter uma ideia, o milho teve uma valorização de aproximadamente 30%. Um dos fatores é a forte seca nos Estados Unidos que já anunciou quebra na safra. Isto traz reflexos para o mercado brasileiro. .