Já foram entregues 438 cheques para ex-alunos que foram lesados; pagamentos foram feitos com dinheiro de contas bloqueadas pela justiça

Hoje mais 77 alunos da Escola Paulistec foram chamados até o Procon para receberem o ressarcimento dos valores pagos pelos diplomas falsos de curso de ensino médio.

A Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor, realizou audiência com 77 pessoas que foram alunos da escola que não tinha licença para trabalhar e os diplomas não eram reconhecidos pelo MEC.

Segundo o Procon até as 11h, 60 alunos já tinham recebidos cheques de ressarcimento dos valores pagos pelos diplomas falsos.

Entre os alunos lesados estava um homem de 46 anos. Ele é técnico de raio-X e prefere não ser identificado, explicou que participou de todo o processo seletivo da escola.

“Onde eu trabalhava estavam exigindo o diploma de ensino médio, então eu fui até a escola. Lá eu tive que pegar uma apostila e estudei por 50 dias. Então fiz uma prova com 100 perguntas sobre 10 matérias diferentes”, contou.

De acordo com ele, isso aconteceu entre os meses de novembro e dezembro do ano passado. Após uma semana ele soube que tinha sido considerado aprovado.

“Mas não me informaram a nota, apenas que eu receberia o diploma dentro de 45 dias. Quando eu retornei já neste ano para buscar meu diploma soube o que aconteceu”.

Ele pagou R$ 580 pelas “aulas”. “Ainda bem que consegui o ressarcimento, já que tive que entrar em outra escola, só que, agora pesquisei e sei que essa é credenciada no MEC”.

O estudante Eduardo Viana também queria concluir o ensino médio rápido. “Eu procurei a escola pois uma aminha minha se deu bem e o diploma dela foi considerado até em faculdade, então eu achei que era normal”.

Ele não chegou a ‘concluir’ os estudos no local. “Eu paguei R$ 680 e precisei viajar, quando retornei o golpe já tinha sido descoberto. Ainda bem que vou conseguir receber de volta”, comemora.

Segundo o Procon, já foram emitidos 438 cheques com valores que variam entre R$ 240 e R$ 800. No total já foram ressarcidos R$ 225.295,00.

O dinheiro é proveniente das contas dos donos da Paulistec que foram bloqueadas pelo Ministério Público e pelo Judiciário.