Não bastasse a lotação do transporte público em Campo Grande, usuários tiveram que se espremer para não se molhar com a chuva que escorria pela saída de ar. A situação foi registrada por passageiros do ônibus da linha 414, durante temporal na noite de terça-feira (11).
Imagens, registradas por uma leitora do Jornal Midiamax, mostram a água escorrendo pelo duto de ar-condicionado do veículo. A situação revoltou os usuários do transporte público. “É uma pouca vergonha. A passagem R$ 4,95 e os passageiros se molhando dentro do ônibus”, diz uma passageira durante a filmagem.
A situação traz à tona os questionamentos sobre o serviço oferecido pelo Consórcio Guaicurus. Atrasos, superlotação, goteiras e sucateamentos das frotas, são algumas das principais reclamações de quem utiliza o transporte coletivo na 11ª cidade com a tarifa mais cara entre as capitais do país.
Ao Jornal Midiamax, o Consórcio Guaicurus justifica que “essa situação é provocada pela obstrução das copas das árvores que danificam os dutos de ar”. A empresa afirma que está ciente do problema e em “contato com as autoridades competentes para encontrar uma solução que minimize esse impacto”.
Confira a nota na íntegra:
“Em relação a reclamação sobre a entrada de água no ônibus durante a chuva, o Consórcio Guaicurus informa que essa situação é provocada pela obstrução das copas das árvores que danificam os dutos de ar.
Estamos cientes do problema e já estamos em contato com as autoridades competentes para encontrar uma solução que minimize esse impacto. Nosso compromisso é garantir o conforto e a segurança de nossos passageiros. Agradecemos a compreensão de todos e seguimos à disposição para mais esclarecimentos”, finaliza.
CPI do Consórcio Guaicurus
A Câmara Municipal de Campo Grande tem dois requerimentos de CPI para apurar o transporte público: um de autoria de Junior Coringa (MDB) e outro de Dr. Lívio (União Brasil), que inclui a prefeitura de Campo Grande nas investigações sobre o Consórcio Guaicurus.
Segundo presidente da Casa de Leis, vereador Papy (PSDB), parecer da CPI feito da Procuradoria Geral da Câmara Municipal, deverá ser emitido na próxima segunda-feira (17). O primeiro a ser avaliado será o requerimento do do vereador Coringa.
Levantamento realizado pela equipe do Midiamax revela que nos últimos 10 anos, a criação de uma comissão para a investigação do Consórcio Guaicurus foi pautada pelo menos sete vezes na Câmara de Campo Grande. No entanto, todas as tentativas foram frustradas.
Na tarde de ontem, o vereador Coringa confirmou que os 10 parlamentares já se comprometeram a assinar o requerimento para a abertura da CPI, assim que formalizado.
É válido lembrar que desde 2020, os vereadores campo-grandenses têm à disposição um laudo técnico pericial que lista mais de 20 irregularidades. Além disso, quem bancou os R$ 100 mil pagos pelo estudo que resultou no documento foi a própria Câmara Municipal.
Matéria editada às 14:26 desta quarta-feira (12), para acréscimo de informações.