Soja: Embrapa de MS apresenta resultados de experimento desenvolvido ao longo de 30 anos

O trabalho se destaca como um dos mais longos experimentos realizados pela Embrapa e em todo o país

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Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados (Foto: Arquivo, Midiamax)

Experimento de longa duração da Embrapa Agropecuária Oeste, que fica em Dourados, a 230 km de Campo Grande, completa 30 anos em execução neste ano. Para celebrar a conquista e os resultados obtidos ao longo dessas 3 décadas, o evento “Visita Técnica 30ª Safra de Soja – Integração Lavoura-Pecuária e Sistema Plantio Direto”, será promovido no próximo dia 4 de fevereiro.

Produtores rurais, pesquisadores, acadêmicos, técnicos da assistência técnica e extensão rural, e demais pessoas interessadas poderão participar do evento, que terá entrada gratuita.

Na ocasião, os participantes conhecerão os diferentes sistemas de produção que vêm sendo monitorados desde a implantação do experimento na safra de 1995/1996. 

Sistemas pesquisados

  • SC (Sistema Convencional), em que há monocultivo de soja, sem rotação de culturas e com preparo do solo por gradagens; 
  • SPD (Sistema Plantio Direto), que tem rotação de culturas tanto no verão (soja e milho) quanto no inverno (aveia, trigo e nabo); 
  • ILP (Sistema Integração Lavoura-Pecuária), em que a lavoura de soja se alterna com a pastagem de braquiária, em ciclos de dois anos; 
  • Sistema de pastagem permanente sem agricultura, ou seja, a pastagem contínua.

“Esses sistemas foram implantados e continuados durante 26 anos, quando em 2021, nós conseguimos, através de projetos novos, fazer uma adequação do experimento, inserindo novos tratamentos para simular a realidade existente nas áreas dos produtores rurais, atendendo às demandas da agricultura atual”, explica o pesquisador Júlio Cesar Salton. 

Ele explica, por exemplo, que em área onde havia somente pastagem passou-se a fazer o cultivo das lavouras, assim como área de agricultura agora recebe pastagem; o local onde há sistema de plantio direto recebe preparo do solo com grades ou com o uso de escarificador, assim como o sistema convencional tornou-se plantio direto.  

Avanços possibilitados pela pesquisa

Com a aquisição de sensores, os pesquisadores também conseguem realizar estudos detalhados com relação à água no solo. 

“Temos informações extremamente relevantes e oportunas, uma vez que, novamente, estamos enfrentando veranicos em Mato Grosso do Sul, e percebemos como o tipo de manejo do solo adotado altera tanto a infiltração da água da chuva no solo nos diferentes sistemas de manejo, quanto a conservação dessa água no solo e, consequentemente, o aproveitamento pelas plantas”, detalha o pesquisador.

“Isso impacta muito na questão de tolerância das culturas aos veranicos. Não resolve 100% do problema, mas pode amenizar. E o produtor precisa fazer de tudo para diminuir os custos de produção e as perdas das culturas, uma vez que o veranico faz parte do nosso ambiente”, completa.  

Ao longo dos 30 anos, Salton garante que existem produtores que adotam algumas das práticas estudadas e recomendadas pela pesquisa da Embrapa, como o sistema plantio direto e a Integração Lavoura-Pecuária, se não de forma plena, mas de uso pelo menos parcial.

De acordo com o especialista, estes sistemas preservam a cobertura do solo, além de proporcionarem inúmeros outros benefícios. 

O evento

A Embrapa Agropecuária Oeste está localizada na rodovia BR-163, km 253,6. O evento será no próximo dia 4 de fevereiro, das 7h30 às 11h30. A entrada é gratuita ao público em geral. Outras informações podem ser conferidas neste link aqui.

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