A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) agora tem um mascote para auxiliar em campanhas e ações educativas na cidade: uma arara-canindé. Ainda sem nome, o mascote é fruto de uma parceria da agência com o Instituto Arara Azul, uma ONG (Organização Não Governamental) que estuda essas aves.
“As araras-canindés, que são essas que agora viraram nosso mascote, são um símbolo da nossa cidade já há alguns anos. Elas chegaram aqui no começo deste século e encontraram aqui um banquete de árvores nativas e exóticas, que são de alimento para elas”, detalha a presidente do instituto, a bióloga Neiva Guedes.
Ela conta que em Campo Grande essas aves também encontraram troncos de palmeiras mortas que viraram ninhos e, assim, se constituir como a capital do Brasil com o maior número de araras na cidade.
Foi assim que o instituto passou a pesquisar como se dava a reprodução, a alimentação e o ambiente em que as araras passaram a se desenvolver na cidade, “muito bom e saudável, por sinal, tanto é que elas continuam aqui, não só se estabelecendo, mas crescendo”, detalha Neiva.
Araras da cidade mapeadas
“A gente começou monitorando quatro ninhos em 2010. Hoje, a gente tem mais de 400 ninhos cadastrados na cidade, em vias públicas, dentro de residências, dentro de empreendimentos comerciais, dentro de parques e reservas. E elas estão sobrevivendo. Tem filhotes, chega a ter dois, três filhotes e estão voando”, completa a pesquisadora.
Dessa forma, os estudos passaram a contemplar os impactos da cidade, da urbanização e, claro, do alto fluxo de veículos na vida dessas aves. Assim, o instituto passou a desenvolver análises com ajuda da Agetran, que forneceu dados relativos ao trânsito da capital, especialmente da Avenida Júlio de Castilho, onde existem ninhos de araras.
“Araras é o nosso foco principal, mas tem uma série de espécies que ocupam a mesma cavidade (ninhos), a interação que ela tem com a comunidade, mas, sobretudo, as pessoas, os moradores de Campo Grande, os visitantes”, completa a bióloga.
Poluição gerada por veículos e saúde
Assim, o objetivo é buscar melhorias para a vida não apenas dessas aves, mas de toda a comunidade, detalha a especialista.
“Inclusive porque a poluição gerada por veículos pode afetar a saúde das araras, mas também a população, pode afetar também as pessoas porque nós habitamos um só planeta, e nesse planeta todos nós respiramos”, afirma Neiva.
Em um dos estudos mais recentes, o instituto agora quer cruzar os dados coletados de araras que vivem em locais de maior trânsito de Campo Grande com informações da população também que mora nessas regiões, para avaliar como está a saúde desses grupos.
“Assim a gente vai estar dando um passo à frente para melhorar no futuro, não só para as araras, mas para todos nós”, finaliza a pesquisadora.

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