A Santa Casa de Campo Grande vai lançar uma campanha de arrecadação de recursos para reformar o pronto-socorro do hospital. A mobilização será lançada oficialmente nesta sexta-feira (25), com objetivo de reunir R$ 1,8 milhão para finalizar as obras.
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Segundo o hospital, dos 110 pacientes atendidos por dia, mais da metade precisa de internação, cenário que contribui para a superlotação do pronto-socorro. Com a reforma, espera-se que a unidade de saúde possa atender a todos com maior comodidade, considerando que atualmente o hospital está sem leitos, o que resulta em maior permanência dos pacientes na unidade de emergência.
A expectativa é concluir as obras em 90 dias. Para isso, a presidente da Santa Casa, Alir Terra, destaca a emergência da ação, e convida a população a se engajar com a causa. “Queremos unir forças e contar com o apoio de toda a sociedade. Estamos enfrentando um déficit orçamentário delicado, e a reforma do pronto-socorro permitirá melhorias nos atendimentos urgentes, garantindo mais dignidade para pacientes e profissionais da saúde”.
As obras incluem modernização da estrutura, climatização dos espaços e reorganização do fluxo de atendimento. A Ala de Estabilização, onde ocorre o primeiro atendimento, também será ampliada, oferecendo melhores condições para atuação dos emergencistas.
O diretor técnico, Dr. William Lemos, explica que no pronto-socorro, os pacientes são acomodados em espaços denominados “pontos de cuidado”. Lá, eles recebem o parecer clínico com prazo máximo de 24 horas.
“Contamos com seis pontos de cuidado na Unidade de Decisão Clínica (UDC) da área crítica e sete pontos na Unidade de Decisão Clínica (UDC) da área não crítica. Essa quantidade será mantida, e a reforma tem como propósito a melhoria da infraestrutura”, conclui o diretor.
A campanha também chama atenção para os desafios enfrentados pela instituição, como a superlotação e a falta de insumos. Durante o evento de lançamento, médicos e representantes da Santa Casa vão apresentar um panorama da situação atual.
Para incentivar a participação da população, serão disponibilizados um QR Code exclusivo para doações e a chave Pix oficial: juntospelavida@santacasacg.org.br.
Hospital está operando no limite
A Santa Casa de Campo Grande é referência no tratamento de pacientes nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul. Além disso, o hospital também é referência em diversas especialidades, e recebe pacientes de países vizinhos, incluindo o Paraguai e a Bolívia.
Segundo o médico responsável pelo pronto-socorro, Marcos Bonilha, atualmente o hospital opera com capacidade ‘além do limite’. “Isso compromete a qualidade do atendimento. Com as melhorias, poderemos oferecer um atendimento mais ágil e eficiente para casos de média e alta complexidade”.
Além do caos financeiro vivido pela instituição, relatórios divulgados recentemente apontam que a Santa Casa também enfrenta problemas com a superlotação. As instalações não suportam receber mais pacientes e há setores com até 557% mais pacientes que a capacidade. A situação é alvo de inquéritos no MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Um deles apura a superlotação no pronto-socorro.
A superlotação já havia sido divulgada pela imprensa no final do mês de março, quando o hospital encaminhou um ofício declarando que não receberia mais pacientes por conta da falta de leitos e insumos. A partir daí, uma série de medidas foram tomadas, incluindo reuniões para encontrar uma solução e a determinação judicial de um repasse imediato de R$ 46 milhões.
Crise financeira
A Santa Casa de Campo Grande enfrenta uma das piores crises financeiras de sua trajetória. Com um déficit mensal de R$ 13 milhões — totalizando R$ 156 milhões por ano — e uma dívida acumulada de R$ 250 milhões com instituições bancárias, o hospital filantrópico, que atende cerca de 90% dos pacientes pelo SUS (Sistema Único de Saúde), luta para manter os serviços à população.
Para que o hospital volte a operar em capacidade plena, a Santa Casa ressaltou que tudo depende de um equilíbrio “econômico-financeiro”, para garantir o pagamento em dia aos prestadores de serviços, fornecedores e também a chegada de materiais indispensáveis para realizar o atendimento adequado aos pacientes.
Em um evento realizado no início do mês de abril, a presidente da instituição, Alir Terra, apontou que o principal motivo da crise é o subfinanciamento do SUS. Até então, a Santa Casa ainda aguardava o pagamento de R$ 23 milhões não repassados durante a pandemia, apesar de estarem previstos por uma lei federal. O valor total devido pela União é de R$ 46 milhões, e o hospital já obteve decisões judiciais favoráveis, inclusive no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Além disso, a Prefeitura de Campo Grande e o Governo do Estado determinaram o repasse de R$ 20 milhões para o reequilíbrio financeiro do hospital. Conforme divulgado na edição do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), publicado em 15 de abril, o Município destinará R$ 4 milhões à Santa Casa, com efeitos retroativos à competência de fevereiro de 2025, enquanto o Estado garantiu o repasse de R$ 16, 6 mil.
Serviço:
- Lançamento da Campanha “Juntos Pela Vida – Sua Contribuição Salva”
- Data: 25 de abril
- Horário: 9h
- Local: Auditório da Santa Casa (Rua Eduardo Santos Pereira, nº 88)
- Pix para doações: juntospelavida@santacasacg.org.br
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