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Cotidiano

Relatos de acidentes com taturanas acendem alerta em MS

Simples contato pode provocar queimaduras severas, dores intensas e levar à morte, dependendo da espécie
Aline Machado -
Taturana encontrada em Campo Grande (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

intenso e umidade, comuns durante a primavera e também o verão, favorecem a procriação das Lonomias, conhecidas popularmente como taturanas – aqueles insetos cheios de cerdas, aparentemente, sedosas, mas que possuem veneno capaz que provocar queimaduras graves após um simples toque. Algumas espécies, ainda mais perigosas, podem ser letais.

“A primavera e o verão são os auges da procriação desses insetos porque são épocas com temperaturas mais elevadas e com maior umidade. Isso faz com que esses insetos procriem mais, portanto, são mais comuns nesses períodos do ano”, observa o biólogo José Milton Longo.

O clima típico para a procriação faz com que as aparições dessas lagartas sejam, consequentemente, mais frequentes, o que acende alerta sobre o perigo eminente de contato, que ocorre principalmente nas áreas de vegetação e durante limpezas de .

“Esses insetos ficam em troncos, em entranças de galhos e em gramados. Algumas mimetizam e ficam no cano, na ponta de um galho, assim, todo bonitinho, mas são perigosos, porque possuem cerdas altamente causticantes, podem ter diferentes composições, causam queimadura bastante severa”, observa.

Colônia de Lonomia fotografada em Brasnorte, em Mato Grosso (Foto: arquivo pessoal, José Milton Longo)

Queimaduras e dores intensas

Conforme explicado pelo biólogo, o contato pode provocar lesões graves. Recentemente, o repórter Fábio Lima sentiu, literalmente, na pele a dor do contato com esse inseto. O incidente aconteceu enquanto ele limpava o jardim de casa, em .

“Eu estava tirando o mato de um canteiro em casa. Como tem chovido muito, o mato estava alto e invadindo a calçada. Estava limpando as beiradas, como já tinha feito outras vezes, com a mão mesmo, sem nenhum equipamento e encostei em uma lagarta”, relata.

Segundo o jornalista, o contato com o inseto provocou mais de 5 horas de dor intensa. “Foi uma dor que nunca havia sentido. Parecia ter fogo em meus dedos e, além da queimação, senti uma dor forte no braço. A região ficou bastante vermelha, tive uma reação alérgica. Ficava latejando sem parar. Só passou após medicações intravenosas”, ressalta.

A situação do jornalista lembra o episódio vivido pela, também jornalista, Sandra Annenberg, que relatou nas redes sociais uma grave reação após pisar em uma taturana. A situação despertou a atenção de internautas.

Publicação sobre o incidente repercutiu com mais de 5 mil comentários de internautas que relataram suas experiências e deram até mesmo dicas para alívio da dor. Na ocasião, a jornalista buscou atendimento, sendo medicada.

Lonomia encontrada durante limpeza em jardim provocou queimaduras severas em repórter de Campo Grande (Foto: arquivo pessoal, Fábio Oruê)

O que fazer após contato?

A (Secretaria Municipal de Saúde) ressalta que os acidentes ocorrem quando o indivíduo toca o inseto. A principal orientação é lavar o local afetado com água fria ou gelada e sabão. Em seguida, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima.

Torniquete ou garrote não devem ser feitos. A Sesau também ressalta que furar, cortar, queimar, espremer, fazer sucção no local da ferida, podem agravar os sintomas. Aplicar folhas, pó de café ou terra, fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina, ou qualquer outro tipo de substância favorecem infecções. Além disso, não é recomendado coçar, ou fazer curativos que fechem o local atingido.

Se possível, a lagarta deve ser colocada em um recipiente e levada para ser feita a identificação da espécie, a fim de que seja oferecido o tratamento adequado ao paciente.

Para prevenir acidente com esses insetos, a Secretaria Municipal de Saúde orienta que ao coletar frutas em pomares, realizar atividades de jardinagem, áreas de vegetação e ambientes silvestres, é necessário observar bem o local. Analisar previamente troncos, folhas, gravetos, além de, recorrer a luvas para evitar contato direto com as cerdas venenosas da lagarta.

A Sesau destaca que a incidência maior de acidentes deve-se aos seguintes fatores: , queimadas, extermínio de predadores naturais, loteamentos sem planejamento e sem avaliação do impacto ecológico, obrigando a procura destas espécies por outros ambientes para sobreviver, onde se dá o contato com o homem.

Lonomia encontrada em Campo Grande (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

Toque letal

Além das lesões provocadas na pele, há uma espécie, a Lonomia obliqua, cujo contato pode ser letal. O Instituto Butantan publicou matéria que afirma que o veneno presente nas cerdas dessa lagarta provoca alteração na coagulação e hemorragia grave, que podem levar à morte se a pessoa não for tratada rapidamente.

Sendo assim, em caso de contato direto, é necessário encaminhar o paciente, imediatamente, para atendimento médico.

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