Preço aumentou, e agora? Saiba como ficam os passes comprados antes do reajuste da tarifa do ônibus
Passe aumentou em R$ 0,20 e quem deixou para recarregar o cartão nesta sexta-feira, pagou mais caro
Fábio Oruê –
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A partir desta sexta-feira (24), o preço do passe do ônibus em Campo Grande passa a custar R$ 4,95, após reajuste publicado pela prefeitura da Capital, na quinta-feira (23), a noite. Mas, uma dúvida assombra o trabalhador que utiliza o transporte coletivo: comprei o passe ontem e o preço aumento hoje, e agora?
Será que você, campo-grandense, que está com os passes contados até o mês virar, vai perdê-los por conta do aumento de R$ 0,20 no valor da unidade? A dúvida é genuína, já que ‘perder’ um passe pode significar não ter como voltar para casa ou, em alguns casos, pagar R$ 30, R$ 40 em transporte por aplicativo.
Em Campo Grande, é comum que trabalhadores recarregam muitos passes. Por isso, é fácil se perder na conta. Afinal, o trabalhador que depende do transporte coletivo todos os dias para ir e voltar do serviço, durante todo o mês, precisa estar com o cartão cheio para conseguir se locomover sem passar sufoco.
Ao passar pela catraca, o passageiro pode ver as unidades restantes no cartão. Na ponta do lápis, se o novo valor fosse descontado conforme a quantidade de dinheiro recarregada, a cada 24 passes que já estavam no cartão, o trabalhador perderia um passe.
E agora?
Entretanto, conforme o Consórcio Guaicurus, o usuário pode ficar tranquilo, já que o reajuste vale apenas para os passes comprados a partir desta sexta-feira. Ou seja, se você, campo-grandense, tem 20 passes no seu cartão, eles continuam sendo 20 passes, mesmo após o reajuste.
Os passes adquiridos até quinta-feira (23) ainda contam como valor de R$ 4,75, já que o cartão e a catraca contabilizam o número unidades e não a quantia em dinheiro que está carregada. É por isso, por exemplo, que se o trabalhador recarrega valores inteiros, como R$ 100, R$ 150 ou R$ 200, o passe pode aparecer com valor com decimal – ou ‘quebrado’ -, já que o próprio valor da tarifa não é um número inteiro: 4,95.
Entretanto, apesar do aumento ser de ‘apenas’ de R$ 0,20, se multiplicado pelo número de passes que o usuário do transporte coletivo utiliza, ao final do mês, pode pesar no bolso. Quando mais passes o passageiro recarregada, maior fica a conta no final do mês.
Entenda o reajuste:
Reajuste na tarifa do ônibus
A tarifa é nova, mas as reclamações são antigas. Apesar de terem que pagar R$ 0,20 a mais após pressão do Consórcio Guaicurus contra a prefeitura de Campo Grande na Justiça, as reclamações sobre o serviço precário se intensificaram nesta semana, diante de reajuste tarifário.
Desde trabalhadores tendo que ir para casa a pé até demora de 4 horas para chegar ao serviço, a rotina do campo-grandense que depende do transporte público não é fácil. Nesta sexta-feira (24), noticiamos o caso de um trabalhador que mora no bairro Paulo Coelho Machado, região sul, e precisava ir até os altos da Avenida Afonso Pena, na região central. O trecho de 17 km pode ser feito em 30 minutos de carro, mas o trabalhador demorou quase quatro horas de ônibus.
Na madrugada de quinta-feira (23), trabalhadores de uma rede de fast food precisaram ir a pé para casa após a jornada de trabalho, porque simplesmente o ônibus não passou. Alguns precisaram andar por 3 horas para conseguir chegar em casa.
Além disso, em três dias, foram ao menos cinco reclamações de ônibus quebrados que dificultaram a vida do trabalhador de Campo Grande.
Passageiros desistem de transporte ruim
O transporte público de Campo Grande, administrado desde 2012 pelo Consórcio Guaicurus, é uma verdadeira novela, de enredo fraco e desfechos previsíveis. Ao longo dos anos de concessão e serviço precário, 14 mil passageiros abandonaram o transporte público, e ao invés de investir em gestão e qualidade, o Consórcio Guaicurus tirou mais de 30 ônibus de circulação e pressiona por reajustes.
Informações contidas na Política Municipal de Mobilidade e Acessibilidade Urbana, mostram o reflexo do descaso do serviço do Consórcio Guaicurus com a população. Em apenas dois anos após o início da concessão, o número de passageiros pagantes começou a cair. Dos 56,6 mil passageiros que iam e vinham de ônibus em 2012, apenas 42,5 mil resistiram ao transporte até 2019.
A redução no volume de passageiros pagantes caiu 25% em sete anos de concessão. De olho no lucro, o Consórcio Guaicurus retirou mais de 30 ônibus de circulação entre 2017 e 2019, prejudicando ainda mais a população.
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