O ônibus da Cidade Morena, do Consórcio Guaicurus, que foi rebocado na Avenida Costa e Silva, na noite de segunda-feira (2), teve o eixo cardã quebrado durante o trajeto, por volta das 19h30.
Segundo um passageiro que estava no veículo, Gleidson de Araújo, a linha 062 de ônibus (Centro ao Terminal Moreninhas), estava com cerca de 20 a 30 passageiros no momento do incidente. Com a quebra da peça, o veículo sofreu um impacto e chegou a ferir uma passageira.
“Foi próximo à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), no sentido centro ao bairro. Com isso, o motorista perdeu o controle, uma senhora, de uns 35 anos, precisou ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros”, descreve.
Ele narra que a passageira sofreu um impacto nas costas. “O ônibus chacoalhou. Ela, provavelmente, machucou as costas, mal conseguia se mover”.
Reboque
As imagens foram compartilhadas pela página Ligados no Transporte, ressaltando que o veículo deveria ter saído de circulação há dois anos. “Os custos desse reboque entram no cálculo do valor da passagem”, denuncia a página, que fiscaliza a operação bilionária do Consórcio em Campo Grande.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa das empresas responsáveis pela exploração do serviço na cidade, por e-mail, e aguarda um retorno.
Frota sucateada
O Ibec (Instituto Brasileiro de Estudos Científicos) recebeu R$ 272 mil pagos pelo Consórcio Guaicurus para fazer laudo pericial com objetivo de apontar suposto desequilíbrio econômico do contrato de concessão, de R$ 3,4 bilhões, do transporte coletivo de Campo Grande.
Trata-se de um segundo laudo apresentado em ação judicial proposta pelos empresários do ônibus, que alegam enfrentar ‘dificuldades financeiras’ e pedem mais dinheiro público para manter as operações.
Vale ressaltar que o Consórcio Guaicurus entrou com a ação na Justiça em maio de 2019, que foi a data limite a qual o primeiro laudo foi confeccionado.
O novo laudo, apresentado em 2025, atestou que o Consórcio Guaicurus teve receita de R$ 1,8 bilhão até o ano de 2024.
O laudo do Ibec afirma que o Consórcio Guaicurus está com as ‘finanças defasadas’ e ‘sem capacidade de investimentos’, ao passo que atesta que os empresários do ônibus tiveram lucro líquido de R$ 27.283.132,78. Ou seja, é o dinheiro que sobrou após pagar tudo.
Enquanto isso, passageiros enfrentam superlotação e problemas com sucateamento da frota. Em alguns casos, precisam até utilizar guarda-chuva dentro dos veículos para não se molhar.
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