Pular para o conteúdo
Cotidiano

Novos poços ampliam acesso à água nas aldeias, mas abastecimento total ainda está longe

Enquanto o problema não é resolvido, famílias dependem do auxílio de caminhões-pipa
Marcos Morandi -
Um dos poços anunciados pelo Governo do Estado (Foto: reprodução, Saul Schramm)

A falta de água nas duas principais aldeias de ainda segue como desafio para as autoridades das três esferas do poder público. Após o fechamento da rodovia , que corta a Reserva Indígena Federal, o Governo do Estado iniciou a construção de dois poços na Jaguapiru e Bororó.

Segundo a administração estadual, foram investidos R$ 490 mil como parte do acordo firmado entre as lideranças indígenas e também representantes do e do município. A mediação foi feita pela Secretaria de Estado da Cidadania e aconteceu na sede do MPF (Ministério Público Federal).

“A questão da água já vem sendo discutida desde 2023, quando o Governo do Estado, mesmo não tendo a competência para tal gestão, se propôs a fazer o estudo e a elaboração do projeto para uma solução definitiva”, explica a secretária da Cidadania, Viviane .

O Governo Federal se comprometeu a disponibilizar R$ 2 milhões para perfuração de quatro poços, definidos a partir de estudos a serem elaborados em dezembro do ano passado, e também disponibilizar mais R$ 2 milhões para o abastecimento de água da RID Dourados.

O sistema de fornecimento de água foi instalado na aldeia Jaguapiru (1 e 2) em 1997, e, de acordo com o agente indígena de saneamento, Edemir Machado – que atua na função há 17 anos –, a principal questão que envolve o problema de falha no abastecimento é o aumento populacional no período e também a falta de manutenção da rede.

“O sistema está ultrapassado e não consegue mais suprir a demanda, a população cresceu. São 269 quilômetros de rede e algumas casas não têm ligação. Hoje, pelo apoio e esforço que temos do Governo do Estado, tudo está dando certo, tem o caminhão-pipa e várias equipes que dão apoio”, explicou Machado.

“A comunidade aguarda ansiosa a finalização desses postos, para que a gente possa dar mais um passo para resolver esse dilema de forma definitiva e acabar com o sofrimento dessa nossa gente. Isso que está acontecendo é fruto da nossa resistência e daquele bloqueio que fizemos no final do ano passado”, explica o cacique Ramão Fernandes à reportagem do Jornal Midiamax.

Reunião com MPF (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Reunião de mais de quatro horas

A reunião realizada no MPF durou mais de quatro horas e só terminou com a assinatura de um documento entre indígenas e o Governo de Mato Grosso do Sul sobre o fornecimento de água potável nas aldeias Jaguapiru e Bororó, em Dourados. Depois dela, os indígenas desbloquearam a rodovia.

Para o procurador do MPF, Marco Antônio Delfino, o compromisso firmado é o início da solução do problema estrutural. “Eu acho que, como o Governo afirmou, essa junção das esferas federal, estadual e municipal (Dourados e Itaporã) era necessária para que esse problema, que é uma questão complexa, pudesse ser enfrentado”.

Delfino disse à época que vê com muito otimismo esse passo, uma vez que houve sensibilização do governo federal, com a liberação de R$ 4 milhões, sendo R$ 2 milhões do Ministério dos Povos Indígenas e R$ 2 milhões do Ministério da Saúde.

“Esses recursos, somados aos caminhões-pipa e poços do governo do Estado, representam o início da solução de um problema estrutural”, disse Delfino, ressaltando que a situação de Dourados é peculiar, pois há uma população muito grande de indígenas, e problemas e soluções tendem a ser maiores.

Compartilhe

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados