Mato Grosso do Sul confirmou um novo caso de febre oropouche, doença transmitida pelo mosquito maruim (Culicoides paraensis). A confirmação, primeira registrada em 2025, acende um alerta para a circulação ativa do vírus no Estado. O Estado soma três casos confirmados desde 2024.
O paciente é um homem de 25 anos, residente da zona rural da cidade Vicentina, a 249 km de Campo Grande. O caso foi identificado por meio da vigilância laboratorial realizada pelo Lacen-MS (Laboratório Central de Saúde Pública) e consta no informe do COE (Centro de Operações de Emergências) para Dengue e Outras Arboviroses, divulgado em maio.
Com essa confirmação, o Estado soma três casos da doença, sendo dois ocorridos em MS. O primeiro caso, com transmissão dentro do Estado, ocorreu em 2024, no município de Itaporã. Em junho do mesmo ano, houve um caso confirmado em uma mulher de 42 anos, moradora de Campo Grande, mas que havia viajado para a Bahia.
Em nota, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) confirmou o novo caso e esclareceu que se trata de um autóctone, ou seja, com transmissão ocorrida dentro do próprio Estado. Desde 2023, a SES realiza o monitoramento ativo da febre oropouche em Mato Grosso do Sul.
“No ano passado, foram registrados dois casos, um importado, com histórico de viagem à Bahia, e um autóctone, no município de Itaporã”.
Febre oropouche
A febre oropouche é uma doença causada por um arbovírus, identificado pela primeira vez no Brasil em 1960. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente, nos estados da região amazônica. Além disso, houve casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).
Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:
- Ciclo Silvestre: nesse ciclo, os animais, como bichos-preguiça e macacos, são os hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é o principal transmissor nesse ciclo.
- Ciclo Urbano: nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal.
Em todo o Brasil, são 10.072 casos confirmados entre a SE0 e a SE19. Espírito Santo concentra o maior número de casos, com 6.118 confirmações.
De acordo com informativo do COE (Centro de Operações de Emergência), a transmissão ativa do vírus também ocorreu nos estados de Roraima, Rondônia, Amapá, Tocantins, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Dengue ou febre oropouche?

Apesar da similaridade, a dengue e febre oropouche têm formas de transmissão distintas. Conforme o Ministério da Saúde, a transmissão da oropouche, causada pelo Orthobunyavirus oropoucheense, ocorre pela picada do mosquito-maruim e outros mosquitos amazônicos, como o Ochlerotatus.
Os principais sintomas incluem:
- dores de cabeça;
- dor muscular;
- fraqueza nas articulações;
- náusea;
- diarreia.
Por outro lado, a dengue é causada pelo DENV (vírus da dengue), transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e pertencente à família Flaviviridae, gênero Flavivirus, com quatro sorotipos identificados.
Embora os sintomas das duas arboviroses sejam semelhantes, a febre oropouche não evolui para quadros graves e hemorrágicos como a dengue. Sinais de alerta para a dengue incluem:
- dor abdominal intensa;
- sangramento nas gengivas ou no nariz;
- hipotensão postural;
- vômitos persistentes;
- hepatomegalia;
- dificuldade respiratória;
- letargia.
Estes sintomas são característicos da dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença. Além disso, a dengue pode causar o aparecimento de manchas vermelhas na pele, o que não é comum na febre oropouche. Por isso, é essencial estar ciente dessas distinções para garantir um diagnóstico e tratamento adequados.
Medidas de prevenção

Em 2024, a SES emitiu um alerta epidemiológico para Mato Grosso do Sul, diante da crescente alta de casos no país. Na ocasião, a pasta informou que, por se tratar de uma arbovirose, as orientações de prevenção da oropouche seguem a mesma linha das medidas preventivas para dengue, chikungunya e zika. Entre as recomendações estão:
- evitar áreas com alta presença de mosquitos, sempre que possível;
- utilizar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele;
- manter a limpeza da casa, eliminando possíveis criadouros de mosquitos, como recipientes com água parada, resíduos orgânicos e acúmulo de folhas;
- caso haja casos confirmados na região, seguir as orientações das autoridades de saúde locais para reduzir o risco de transmissão, incluindo medidas específicas de controle de mosquitos.
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