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Cotidiano

No 1° dia de aula da rede estadual, alunos seguem confusos sobre proibição de celulares nas escolas

Para alguns jovens, a ferramenta era usada para fins educativos e um "confere" nas redes sociais
Karina Campos -
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Na entrada da escola, alunos não desgrudavam do celular (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Alunos da Rede Estadual de Educação retornam para a sala de aula nesta segunda-feira (17). Contudo, a proibição do celular ainda gera questionamentos entre os jovens da Escola Estadual Lúcia Martins Coelho, em Campo Grande, que aguardam orientações da direção no primeiro dia do ano letivo de 2025.

A nova norma veio para mudar hábitos e vícios na sala de aula, mas divide opinião entre os alunos. A legislação visa otimizar o aprendizado, evitando as distrações do celular.

Para Alana Karolaine, de 17 anos, pode gerar contestação entre os alunos que utilizam o celular como ferramenta para fins educativos e para aqueles que davam uma pausa para conferir as redes sociais.

“Estou no 2° ano do Ensino Médio, aqui já não podia celular. Eu só usava com a autorização do professor para fazer uma pesquisa, ver algum material que não entendi direito ou até tirar foto do quadro quando não consegui copiar a matéria. Antes dessa norma, eu já tinha vindo de uma escola que não podia mexer, então, sou acostumada, não vai ser um problema”, descreve.

Alana conta que usava celular para pesquisas educativas Nathalia Alcântara, Midiamax)

Luiz Henrique, de 16 anos, foi transferido de uma escola da região do Aero Rancho para iniciar o 1° ano do Ensino Médio. “Reprovei e meus pais me colocaram aqui, para melhorar a educação”. Sobre a adaptação da proibição do celular, ele ainda espera o aviso. “Eu trouxe comigo, mas não sei ainda como vai ser, se vão guardar num armário, se vai ter que desligar e deixar na mochila. O jeito vai ser se acostumar”.

Amigos, de 17 anos, que prefeririam anonimato, contam que a metodologia da proibição será uma novidade. Entretanto, os dois ainda não estão acostumados a ficar sem o celular na mão. “Acho que não vai adiantar muito, ainda acho que vão usar”, diz ela. “Tem jovens que são excluídos, que não interagem com os colegas e ficar sem celular pode dificultar, ele pode ficar isolado. Confesso que mexia no celular naquela pausa da aula, mas também usava para pesquisas”, complementa.

Cleber Mesquita, de 16 anos, diz que a norma direciona o aluno a focar nos estudos. “Mexia no celular no intervalo, para jogar com meus amigos e também fazia pesquisas. O jeito é se adaptar e ficar sem celular”, diz o aluno do 3° ano.

Trânsito

Equipes da GCM (Guarda Civil Metropolitana), Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e BPTran (Batalhão de Trânsito da Polícia Militar) realizavam a fiscalização e autuação de pais e responsáveis que descumpriam as regras de trânsito na manhã desta segunda-feira, na Rua Bahia, como estacionar em local de embarque e desembarque ou parar em fila dupla.

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Escola Estadual Lúcia Martins Coelho Nathalia Alcântara, Midiamax)

Nova realidade

A Lei 15.100/2025, que proibiu o uso dos celulares durante as aulas, recreio ou intervalos de todo o ensino básico. Conforme a resolução da Secretaria Estadual de Educação, publicada no Diário Oficial, a proibição se aplica aos estudantes de todas as etapas da educação básica, em espaços de uso coletivo ou individual, durante o período regular e extracurricular de aulas.

O estudante que levar celulares ou tablets para a escola deverá deixá-los armazenados e desligados, em bolsa ou mochila própria, sem a possibilidade de acessá-los durante o período de aulas, assumindo a responsabilidade por eventual extravio ou dano.

Importante destacar que a proibição de uso se estende a recreios e intervalos e o descumprimento da regra pode incidir em advertência verbal, registro de ocorrência com comunicação aos responsáveis e recolhimento temporário do aparelho eletrônico com devolução apenas aos responsáveis.

Embora a medida tenha o objetivo de incentivar a concentração e o desenvolvimento social, especialistas alertam para os desafios dessa adaptação, especialmente no início. Psicopedagoga e mestre em neurociência, Gláucia Benini destaca que a restrição pode gerar um aumento na ansiedade entre crianças e adolescentes.

“Esse tempo imposto sem o celular pode trazer a sensação de separação de algo que, para eles, é quase uma extensão do próprio corpo. Isso pode levar à dificuldade de concentração e até à falta de foco nos estudos”, explica.

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