O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) abriu investigação para mais um caso de síndrome respiratória em aves no estado de Mato Grosso do Sul. Depois do caso registrado no município de Angélica na quinta-feira (22), desta vez a suspeita paira sobre uma ave de criação doméstica em Jardim, distante 235 quilômetros de Campo Grande.
O caso aparece no monitoramento do Mapa como uma “Investigação com coleta de amostras ainda sem resultado laboratorial conclusivo”, somando agora dois casos suspeitos em Mato Grosso do Sul.
Apesar disso, a ave monitorada é oriunda de criação doméstica de subsistência, ou seja, causa menos preocupação para as autoridades sanitárias do País, uma vez que o surgimento de casos netas criações são, de certa forma, comuns.
Assim, as investigações de síndrome respiratória e nervosa das aves, que incluem a gripe aviária, podem se encerrar após avaliação clínico-epidemiológica por um médico-veterinário oficial.
Desta forma, quando consideradas prováveis, amostras vão para análise laboratorial. O diagnóstico conclusivo ocorre no laboratório oficial do Mapa em Campinas, São Paulo.
Atualmente, o Mapa possui 17 casos em investigação em todo o País. A maioria é em criação domésticas de subsistência ou em aves silvestres.
Caso em granja comercial
O problema reside quando a gripe aviária surge em granjas comerciais, como aconteceu no dia 17 de maio, em uma granja na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
O estado tem enfrentado a detecção de casos de Influenza Aviária (H5N1) de Alta Patogenicidade (IAAP), popularmente conhecida como gripe aviária. O foco foi confirmado em um matrizeiro de aves comerciais no município de Montenegro, marcando o primeiro caso em granja comercial no Brasil desde 2006.
Além disso, o estado registrou outros focos em aves silvestres. São estas cisnes e patos, em locais como a Lagoa Mangueira e o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.
Iagro tem protocolo de biossegurança
A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do MS) possui um protocolo de biossegurança para casos de síndromes respiratórias em aves.
Em nota enviada ao Jornal Midiamax, afirmou que “mantém vigilância ativa e atua de forma preventiva, seguindo protocolos estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), com ações de monitoramento, controle e orientação ao setor avícola e à população.”
Além disso, afirmou que “a vigilância é contínua e intensificada em áreas de risco, como regiões com grande presença de aves migratórias ou produção avícola.”
A reportagem voltou a entrar em contato com o órgão e questionou sobre este caso em específico. Até o momento da publicação desta matéria, não obtivemos respostas. O espaço segue aberto para posicionamentos.
Países suspenderam importações
A confirmação do caso de gripe aviária gerou um impacto econômico significativo, com estimativas de prejuízos que podem chegar a bilhões de reais. O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, viu diversos países, incluindo a China, a União Europeia, México, Coreia do Sul e outros, suspenderem total ou parcialmente as importações de produtos avícolas brasileiros.
Protocolo de 28 dias
O Brasil entra a partir de quarta-feira em um período de observação e controle rigoroso para recuperar seu status de “país livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP)” pela Organização Mundial de Saúde Animal. Desta forma, o protocolo estabelecido pela OMSA prevê um período de 28 dias a partir do sacrifício das aves e da conclusão dos procedimentos de limpeza e desinfecção na propriedade afetada.
Durante esse período, as autoridades sanitárias intensificam a vigilância e realizam testes contínuos para garantir que não haja novas ocorrências do vírus H5N1. Somente após a finalização bem-sucedida desse protocolo, sem novos casos confirmados, o país poderá solicitar à OMSA o restabelecimento de seu status sanitário. Isso é crucial para a retomada plena das exportações de produtos avícolas e a confiança dos mercados internacionais.