Justiça marca audiência de conciliação de família que perdeu R$ 277 mil com rompimento de barragem do Nasa Park
Família perdeu casa, carro, mobília e produção que tinha em propriedade no entorno do loteamento de luxo
Gabriel Maymone –
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A Justiça designou para o dia 23 de abril audiência de conciliação em ação movida por família que perdeu R$ 277 mil após a tragédia do rompimento da barragem do Nasa Park, ocorrida em 20 de agosto do ano passado.
Trata-se de uma das 11 famílias que moravam no entorno do córrego estaca e que tiveram propriedade atingida pela água e lama do lago artificial utilizado por moradores do loteamento para atividades como andar de jet ski, por exemplo.
O processo em que a família pede indenização ao Nasa Park Empreendimentos Ltda está sob sigilo. No entanto, em outra ação em que pede suspensão da cobrança de energia elétrica por conta da tragédia, a família alega que somente de prejuízo na propriedade o valor é de R$ 277 mil. Além disso, o rompimento da barragem destruiu todas as mobílias, objetos pessoais e até mesmo um veículo Ford Fiesta.
Ainda, houve perda de hortaliças, plantações de mandioca e milho, e também de tanques de psiculturas, bem como de chiqueiros para criação de suínos.
Com a tragédia, a família ficou impedida de continuar sua produção na propriedade, o que lhes garantia, segundo consta no processo, renda mensal em torno de R$ 3,5 mil.
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“Me sinto humilhada”, afirma Gabrielle
Em entrevista publicada em dezembro pelo Jornal Midiamax, Gabrielle do Prado diz se sentir: humilhada. Cansada, suas palavras escancaram a dor de alguém que teve a rotina interrompida por uma tragédia minimizada por aqueles que deveriam ajudar.
“O responsável acha que estamos querendo ficar ricos nas custas dele. O cara não tem noção que sempre trabalhamos, nunca pegamos nada dos outros. Chegamos nessas terras muito antes dele. Quando construíram a barragem, ninguém se preocupou com as propriedades que ficavam embaixo”, afirma.
“Falar que não aceitamos ajuda de sacolão é fácil, ele acha que a gente só come arroz e feijão. Isso chega a ser falta de respeito. Perdemos nossos animais, nossa produção de mandioca, de milho. Não tirávamos muita coisa, era uns R$ 3 mil por mês, mas era nosso trabalho, o que sempre fizemos. Ninguém tem noção do que a gente tá passando não, é humilhante”, acrescenta.
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Indenização às vítimas pode passar de R$ 1,3 milhão
Em dezembro de 2024, os empresários do loteamento de luxo fizeram a 1ª reunião com as vítimas. Eles estimam indenização de R$ 1,305 milhão para 11 pequenos produtores.
A reunião com tentativa de solução consensual foi mediada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul e acordados três pontos que serão protocolados em acordo formal. Os pontos incluem recuperação ambiental, segurança e indenização.
As 11 vítimas estiveram presentes nas negociações e os investigados concordaram em indenizar o pedido integral de sete. Para as demais, apresentaram contraproposta que será levada a elas para informar se aceitam ou não.
O valor global do que está sendo discutido de indenização é R$ 1,305 milhão. Uma das vítimas não aceitou e será feita uma análise mais aprofundada dos danos alegados.
Para as vítimas que não aceitarem a proposta feita pelos investigados, o valor proposto será depositado em juízo e ficará disponível para eventuais indenizações em ações individuais a serem ajuizadas por elas.
Conforme o MPMS, os empresários do empreendimento apresentaram um projeto de recuperação ambiental de toda a região do entorno da barragem, incluindo todas as propriedades afetadas, margens do rio, mata ciliar, cercamento, plantio de mudas e tudo que for determinado em um estudo técnico e que será analisado pelo órgão ambiental.
No quesito segurança, protocolaram o pedido de licenciamento de recuperação da barragem e do loteamento, apresentando todos os documentos necessários para a segurança da barragem seguindo aquilo que está na legislação.
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