Quem era dos primórdios da Moderna Associação Campo-grandense de Ensino, a Mace, sabe que a travessa entre a Fernando Côrrea da Costa e a 26 de Agosto respiram educação. De um lado, os prédios que abrigavam crianças e adolescentes, em um modelo inovador ainda na década de 70, logo foram se ampliando, com quadras de esporte e espaços para disseminar conhecimento. E é neste mesmo lugar que educadores voltam, em mais um empreendimento para formar jovens pensadores e críticos em Campo Grande, agora acadêmicos da Faculdade Insted.
A inauguração do prédio de 8.500 m², com 46 salas de aula, auditórios, anfiteatro, rooftop, entre outras modernidades, como um espaço de co-working, onde os alunos vão se conectar ao mercado de trabalho, segundo a diretora-geral Neca Chaves Bumlai, ocorreu na noite dessa segunda-feira (31), sob o olhar da sociedade sul-mato-grossense, que ganhou mais um polo de educação das mãos de quem entende do assunto e, há cinco décadas, investe neste setor.

“Estamos indo para o sétimo ano da Faculdade Insted e hoje inaugurando, entregando para a sociedade este prédio. Os alunos que tenham suas ideias vão poder desenvolver, por meio de mentorias aqui dentro, e fazer esta conexão com o mercado de trabalho. Nossas salas de aula são com mesas redondas, para que os alunos possam interagir uns com os outros, principalmente porque trabalhamos muito com estudo de casos reais, então, os alunos desenvolvem muito as habilidades socioemocionais, como a empatia e o senso crítico, por exemplo”, afirmou Neca ao Jornal Midiamax.
Faculdade terá disciplinas como inteligência emocional e empreendedorismo
Conforme a diretora, entre as disciplinas do momento estão a inteligência emocional, inteligência artificial e o empreendedorismo, presente em todos os cursos. O professor Pedro Chaves dos Santos Filho, diretor da mantenedora, concorda com Neca, sua filha, e relembra toda a trajetória de sucesso na área da educação, iniciada na década de 70.

“Lá se vão mais de 50 anos e é importante que as coisas foram acontecendo. A sociedade de Campo Grande acreditou na gente, então, isso fez com que a gente crescesse cada vez mais. Primeiro a Mace, depois nós tivemos, em 74, o Cesup, que foram os primeiros cursos superiores. Foi muito importante para nós e depois, em 1997, transformamos em universidade, fomos credenciados. E com a universidade tivemos autonomia, pudemos crescer bastante, um ensino moderno já naquela época, procurava ser extremamente inovador e diferenciado, para que o aluno pudesse ter empregabilidade”, relembrou Pedro.
Conforme o professor, desde o início foi feito contato com diversas empresas, perguntando qual o tipo de profissional que ela queria. “Esse contato era importante e elas [empresas] diziam o tipo de profissional que queria, então, a gente começou a trabalhar para conectar a escola, a universidade com a empresa. Aí foram criados os campus de Rio Verde, Coxim, Dourados, Ponta Porã e, graças a Deus, as coisas todas foram acontecendo positivamente”, disse.
‘Universidade está aberta para comunidade’, fala Pedro Chaves

Por fim, o professor ressaltou que o aluno sempre foi o foco que é o centro pluralizador de toda relação ensino-aprendizagem.
“Aí tivemos a confiabilidade neles e também criamos a educação à distância. Mais de 100 polos, foi maravilhoso, fomos pioneiros nisso, a medicina também foi diferente, foi o ponto da curva. Chegamos a ter alunos de 27 estados que foram candidatos, então, eu só agradeço. A universidade está aberta para a comunidade, é um espaço democrático onde se discute todas as correntes ideológicas e faz com que tenha um diferencial”, finalizou.
Faculdade tem revista científica, que engloba todos os cursos
O coordenador de pesquisa e iniciação científica do Insted, professor Dr. Fábio Do Vale, de 32 anos, comentou sobre a Revista Camalotes.

“A grande inovação em destaque é o processo nosso de pesquisa, ainda na condição de faculdade, que conta com o periódico científico. Ele tem uma categorização, já está no ar. Nós celebramos congressos internacionais, com toda a tríade que preconiza. Por exemplo, tanto a pesquisa, a publicação dos trabalhos, então, uma instituição bastante jovem, mas, ao mesmo tempo, com esta categoria bastante efetiva da publicação e da pesquisa científica, envolvendo todos os cursos”, disse.
‘Todo investimento em educação é relevante’, opina sócio-diretor do Midiamax
Carlos Naegele, sócio-diretor do Jornal Midiamax, ressaltou que todo investimento é relevante para sociedade porque gera emprego e conhecimento, sendo que os investimentos em educação são extremamente importantes.
“Aqui estamos em uma entidade com 40 anos de história. O professor Pedro Chaves é um ícone, acho que um dos pioneiros no desenvolvimento da educação no ensino superior no país. É um dos responsáveis pela Uniderp, em Mato Grosso do Sul, e formou jovens através da Mace”, argumentou.

Segundo Naegele, em tempos de “indústria da educação”, é necessário ter pessoas capacitadas, que saibam selecionar professores.
“Sou fã do Pedro Chaves, acho que ele é um incentivador de quem quer empreender. Mal entrei no prédio e percebi que tudo é bem feito, com certeza tecnologia de ponta, então, acho que é também uma noite para o empreendedorismo de Mato Grosso do Sul, porque é uma instituição feita com amor, então, é uma noite para ser celebrada também pelo setor da educação, porque é feito por quem entende do assunto”, ressaltou.

Coordenador atuou 4 décadas ao lado da família Chaves: ‘Dia de aplausos’
Wilson Buzzinaro, diretor do Colégio Elite Mace, esteve ao lado da Família Chaves ao longo de quatro décadas e, na noite dessa segunda (31), foi prestigiar a inauguração da faculdade, vizinha ao prédio da antiga Mace, onde sempre trabalhou.
“Eu acho que, quando você gosta da educação, você não sossega. É algo intrínseco a todo projeto que você vai fazer e trabalho nesta área, ensino superior, que o grupo está investindo, é dar de presente para muitas famílias, muitos jovens, que talvez precisem de um trabalho de qualidade. E a gente que esteve sempre envolvido, não seria diferente, então, hoje a gente continua batalhando e aplaudindo aqueles que investem em educação”, opinou.

Cantoria e nostalgia na noite especial de inauguração
O músico Chicão Castro, que animou a noite envolvido em pura nostalgia, já que estudou na Mace, fala que foi uma noite especial de inauguração da faculdade.
“Muitas memórias, estar aqui hoje neste prédio lindo, maravilhoso, é muito nostálgico, porque exatamente aqui embaixo era o poliesportivo, do colégio ao lado, que é a Mace. A gente nadou aqui, a gente jogou futebol, handebol, exatamente aqui embaixo, e hoje estar aqui e ver esta estrutura linda que, com certeza, vai proporcionar muito estudo e conhecimento, para vários alunos e futuros profissionais, cada um na sua área, fazendo música, sendo o que eu mais amo, é muito especial”, afirmou.

Chicão fala ainda que se considera de uma geração “extremamente privilegiada”, onde foi alfabetizado e teve a moldagem do seu caráter, fruto do estudo que hoje vai formar novos alunos. “É muito gratificante, de verdade”, ressaltou.
Falar de educação é também falar do baiano, pipoqueiro há 4 décadas na ‘Travesa Mace’
E falando em nostalgia, é impossível não falar do baiano, o pipoqueiro que, há quatro décadas, acompanha a garotada da escola e, agora, os acadêmicos. Luiz dos Santos, de 76 anos, permanece no mesmo local, na Rua Iria Loureiro Viana, mais conhecida como a Travessa Mace, e com sua pipoca saborosa criou filhos, ressaltando a importância da educação para formar jovens de caráter.

“Eu só vejo maravilhas aqui, maravilhas mesmo. O senhor Pedro tem uma visão de águia. Antigamente ali era um ginásio. Tinham as quadras de esporte, sala de judô, piscina e eu segui acompanhando estas gerações, quatro ao todo. E agradeço a Deus, eles não me abandonam. Os alunos, ex-alunos, todos estão sempre por aqui e, agora, os acadêmicos”, comemorou.
Confira a reportagem completa sobre a inauguração da Faculdade Insted: