Campo Grande registrou cerca de 80 milímetros de chuva nas últimas 24 horas, o que provocou diversos transtornos na cidade, incluindo alagamentos, erosões e o surgimento de novas crateras. Na manhã desta sexta-feira (25), o secretário da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Marcelo Miglioli, falou com a imprensa sobre as ações emergenciais e o planejamento de recuperação das áreas afetadas.
Apesar da intensidade da chuva, ele destacou que pontos críticos como o Lago do Amor e a Avenida Guaicurus não sofreram danos graves.
“Já temos um levantamento preliminar. No Lago do Amor, a água passou por cima da pista, mas o serviço segurou bem e não houve comprometimento. Na Guaicurus também não tivemos problemas graves como da outra vez”, explicou Miglioli.
Crateras e desmoronamento na Ernesto Geisel
Na Avenida Ernesto Geisel, o Córrego Segredo transbordou e abriu crateras na via. Em um dos trechos, o desmoronamento ocorreu em frente à obra inacabada do Centro de Belas Artes, no bairro Cabreúva. Com a força da enxurrada, uma parede de concreto cedeu, levando junto a estrutura de proteção da margem.
“Estivemos nos dois pontos da Ernesto Geisel onde houve desabamento das placas de concreto. A obra do Belas Artes é mais simples e vamos iniciar a recuperação imediatamente. Já o trecho próximo ao Hospital Alfredo Abraão exige uma intervenção mais complexa, mas já estamos providenciando os materiais necessários”, afirmou o secretário.
No trecho próximo ao Hospital Alfredo Abraão, entre a Ernesto Geisel e a Rua Marechal Rondon, os dois sentidos da via estão interditados após o desabamento da parede de contenção.
Moradores ilhados no Chácara dos Poderes
Uma das situações mais críticas ocorreu no bairro Chácara dos Poderes. Moradores ficaram ilhados após a enxurrada abrir grandes crateras nas vias de acesso, arrastando inclusive tubulações de concreto.
Em relato, uma moradora alertou sobre o risco de desmoronamento no cruzamento das ruas NE1 com EW2. “A parte que parece firme é puro atoleiro. Cabe um carro inteiro dentro do buraco”, contou.
Conforme Miglioli, a situação no bairro se agravou com o volume acumulado de chuva. “Ali é um ponto mais complicado. Houve ruptura da pista e vamos precisar de uma intervenção mais pesada. Mas, para isso, dependemos de São Pedro colaborar um pouco com a gente. Não está fácil essa situação de chuva em Campo Grande”.
Cratera em via recém-construída
Na Wilson Paes de Barros, avenida recém-construída para ligar os bairros São Conrado e Jardim Inápolis, a força da chuva destruiu parte da ciclovia, revelando a fragilidade da obra mesmo antes da inauguração.
Imagens registradas no local mostram metade da ciclovia ‘engolida’ pela cratera. Questionado, Miglioli esclareceu que a responsabilidade é da empresa construtora.
“Aquilo é uma obra ainda em execução. A tubulação usada ali é do tipo TAD, que não é comum em Campo Grande e precisa vir de fora. A empresa já está ciente e irá providenciar os reparos, por isso, sem custo para o município”, explicou.
Vale lembrar ainda que moradores da região haviam alertado sobre o acúmulo de água pluvial no local, causado pela ausência de um sistema de drenagem eficiente.
Obras no Lago do Amor
Ainda sobre o Lago do Amor, Miglioli ressaltou que o término das obras depende das boas condições climáticas. Em março deste ano, parte da calçada e da via — reformadas por R$ 3,8 milhões — desmoronaram após um temporal. O trecho, que já havia sido danificado em janeiro de 2023, segue em obras.
“Aqui no Lago do Amor, o serviço está praticamente pronto. O único ponto que falta é a calçada. Mas não conseguimos concluir por causa da chuva. Está muito difícil planejar, porque obra e chuva não combinam. E infelizmente, Campo Grande tem registrado chuvas intensas com muita frequência, o que atrapalha diretamente nossa atuação”, afirmou o secretário.
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