Campo Grande iniciou nesta quinta-feira (27) sua campanha anual de vacinação contra a gripe. O imunizante protege contra três cepas da doença, para H1N1, H3N2 e a influenza B. Até o momento, a cidade já registrou 4 óbitos por influenza e 8 por covid neste ano.
Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Veruska Lahdo, “a grande maioria desses óbitos tem relação com o grupo prioritário”. Ou seja, ou são pessoas bastante idosas ou muito novas, como bebês, ou pessoas com comorbidades.
“Então a importância desse grupo escolhido pelo Ministério da Saúde não é por acaso e, sim, porque os dados epidemiológicos mostram que eles têm maior risco de agravamento pela doença”, completa Veruska.
Saúde em Campo Grande
De acordo com a superintendente, a cidade tem vivido uma “crescente normal para esse período, porém, com crescimento antecipado.”
De acordo com ela, no ano passado a cidade teve aumento de casos de vírus respiratórios começando em abril, já em 2025, esse crescimento no número de casos passou a ser registrado agora em março.
“A questão da sazonalidade dos vírus respiratórios, ela vem realmente com o período de outono e inverno, por isso que o Ministério da Saúde também antecipou a campanha de vacinação contra a influenza, para que a gente pudesse garantir a proteção desse grupo agora nesse período de maior circulação do vírus”, explica Veruska.
Período crítico já começou
No entanto, historicamente, os casos de SRAG (Síndrome Respiratória Grave) em Campo Grande crescem a partir da semana 11 do ano (março), segundo dados do painel de doenças respiratórias da Sesau. Os dados de 2020, 2021 e 2022 sofrem influência da Covid-19.
Para se ter ideia, em 30 de março de 2023, o Jornal Midiamax noticiou que Campo Grande tinha 50 crianças por dia, aguardando vaga em UTI. Naquele ano, as doenças respiratórias atingiram principalmente os recém-nascidos, levando à alta demanda por internação.
Em 2023, Campo Grande teve 2.780 casos de SRAG, resultado em 314 mortes. Em 2024, foram 2.900 casos de SRAG, com 350 mortes. Em 2025, Campo Grande soma 428 casos de doenças respiratórias e 35 mortes, até a semana 12 do ano. No mesmo período do ano passado, eram 491 casos de SRAG em Campo Grande.
No ano passado, a crise na saúde de Campo Grande foi em abril. A prefeitura decretou emergência no dia 30 de abril de 2024, com 29 crianças na fila por leito hospitalar. Em 2025, a prefeitura emitiu nota no dia 24 de março, com adoção de medidas emergenciais na saúde para evitar um colapso.
Prefeitura pede para evitar UPAs
Ainda segundo a superintendente, para evitar ainda mais pressão sobre o sistema de saúde, a tentativa da prefeitura é que a população procure as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) somente em situações mais graves.
“A gente vem tentando fazer com que a população, principalmente quem tem casos leves, procurar a unidade básica de saúde. Nas UPAs, a gente tem uma procura muito grande de pessoas que são classificadas com verde e azul, ou seja, são quadros leves”, afirma.
“E aí, (esse grupo) junta com aquela população que está ali para casos de emergência. Então a gente sempre reforça a importância de estar procurando a unidade de saúde mais próxima se for somente um sintoma gripal leve, além de fazer uso da máscara, principalmente se estiver indo para essas unidades de saúde”, completa Veruska.

Prevenção é o segredo
O aposentado Celito José Garcia, de 78 anos, leva a sério a recomendação da prevenção e não deixa de se imunizar. “A melhor coisa que tem é a vacina”, garante. Ele garantiu a dose dele já no primeiro dia de campanha, nesta quinta-feira. Quando foi perguntado se não tem receio de reação, logo disse: “não dá nada, é tranquilo.”
Celito atende ao chamado não apenas da vacinação contra gripe, mas os demais imunizantes ofertados também. A vacina contra covid, por exemplo, conta que já tomou 6 doses, e reforça: “tem que tomar, tem que se proteger”, motiva, com sorriso no rosto.
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