A crise na saúde de Campo Grande continua, com 100% dos leitos hospitalares preenchidos e outras 260 pessoas, entre adultos e crianças, aguardando vaga. O cenário caótico é causado pelo aumento dos casos de doenças respiratórias e o problema crônico de falta de leitos.
Segundo a secretária de saúde, Rosana Leite, no momento, 41 crianças estão em unidades básicas de saúde, com indicação de leito hospitalar, sendo três do interior. Além de 220 adultos também com indicação.
Rosana afirma que, apesar da indicação de vaga hospitalar, todos os pacientes estão recebendo atendimento adequado nas UPAs de Campo Grande. A superlotação das unidades básicas também é outro problema.
Doenças respiratórias
Até o fim de abril, Campo Grande contabilizava 82 mortes por síndrome respiratória, sendo 9 de crianças de zero a quatro anos e 47 de idosos, acima dos 60 anos. Os dados são da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
Em relação ao número de casos, são 1.056 confirmados até o momento. Do total, mais da metade, confirmados em crianças, sendo 624 casos registrados.
O vírus sincicial respiratório e a influenza A, são os que mais têm causado as síndromes respiratórias. Para tentar frear a curva, a vacinação está liberada para toda a população, nas 69 unidades de saúde de Campo Grande.
Situação de Emergência
Há quase um ano, em 30 de abril de 2024, Campo Grande decretava situação de emergência na saúde diante do déficit de leitos pediátricos. O decreto foi publicado em edição extra do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), no último sábado. Conforme boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Mato Grosso do Sul registrou 1.940 hospitalizações por SRAG neste ano e 27 mortes.
Durante o encontro, foi informado que nenhum hospital da rede privada dispõe ou tem capacidade de ampliar leitos para atender a demanda do SUS (Sistema Único de Saúde), especialmente para UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica.
Conforme a titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Rosana Leite, a medida irá permitir que o Executivo adote estratégias operacionais para melhorar o atendimento à população.
Entre elas, está a possibilidade de transferir crianças do Pronto Atendimento Infantil, no Bairro Tiradentes, para as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) Universitário ou Coronel Antonino. As duas unidades de saúde operam 24 horas e teriam estrutura para receber os pacientes.
Atualmente, a norma do Ministério da Saúde aponta que o paciente precisa ser transferido para um hospital depois de 24 horas de internação em uma unidade de saúde.
“Nós vamos fazer um trabalho conjunto. O Pronto Atendimento Infantil e essas duas UPAs para trabalhar como se fosse um conjunto. De repente, um paciente que vai para o Pronto de Atendimento, ele não está com uma situação tão grave, mas precisa ficar em observação, dois ou três dias, ele vai para essa outra UPA, nós transferiremos, nós fazemos toda essa sistemática”, explica.
O Pronto Atendimento Infantil irá se tornar referência para internação dos casos mais graves diante da falta de leitos em hospitais, já que dispõe de uma infraestrutura mais especializada.
“O que é esse plano de contingência? O Pronto Atendimento Infantil, onde nós temos pediatras 24 horas, nós temos fisioterapeutas, nutricionistas, nós temos equipamentos de fisioterapia […] nós colocaremos os casos mais graves, porque o manejo é melhor, os dados que analisamos depois da implantação do Pronto de Atendimento Infantil nos dão essa certeza e essa segurança que lá é um local onde as crianças serão bem atendidas”, explicou.
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