Local histórico de Campo Grande, a Rotunda Ferroviária deve passar por revitalização nos próximos anos. O município de Campo Grande confirmou que firmou acordo com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para a continuidade de projeto para a área, que fica no cruzamento da Eça de Queiroz com a Rua 14 de Julho.
Conforme informado pela secretaria-executiva e Cultura, o município diz que “cumpriu, dentro do prazo, a etapa que lhe cabia no processo referente à Rotunda, manifestando formalmente o interesse do Município em firmar o Termo de Compromisso junto ao IPHAN”.
Isso porque, recentemente, a entidade notificou o município após constatar degradação dos imóveis na região da Rotunda e dos galpões.
Agora, o município diz que aguarda o Iphan elaborar o termo. “A manifestação garante a continuidade do processo e reforça o compromisso da Prefeitura com a preservação do patrimônio histórico”, diz a prefeitura.
A revitalização faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. Porém, o projeto e licitações devem ser realizados pela prefeitura.
Neste termo de compromisso, os envolvidos irão pensar em ações emergenciais, ações a curto prazo, ações a médio e a longo prazo. O resultado deve culminar na devolução dos espaços para a população.
Inicialmente, deve ser realizada a elaboração de projetos que vão contemplar tanto a área da rotunda, a área desses galpões que desabaram e também a estação e o armazém cultural, ou seja, todo o complexo da Esplanada Ferroviária.
Patrimônio histórico
Construída em 1935 e desativada no final da década de 90, a Rotunda antes era destinada para a manutenção de locomotivas e vagões. Hoje, tornou-se abrigo para pessoas em situação de rua e usuários de drogas e retrato do abandono e descaso com o Patrimônio Histórico e Cultural da cidade que se desenvolveu pelos trilhos de trem.
Em pouco tempo, uma das regiões mais movimentadas da Capital viu-se envolta ao abandono. Comércios fecharam as portas, moradores venderam suas casas e o local que um dia foi ponto de chegada tornou-se a última parada para aqueles que perderam tudo.
Em 1914, surgiram os primeiros esboços do que viria a se tornar o complexo ferroviário de Campo Grande, época em que a cidade inaugurou a primeira estação de passageiros da NOB (Estrada de Ferro Noroeste do Brasil), construída em madeira.
A infraestrutura atual, em alvenaria, foi erguida na década de 1930 pelo engenheiro Aurélio Ibiapina, com intuito de acomodar o aumento do fluxo de passageiros. A construção da Estrada de Ferro, no então Estado de Mato Grosso, visava modernizar a comunicação e conectar a região Centro-Oeste ao restante do país.
Nas décadas seguintes, complexo ferroviário gradualmente toma forma, em especial entre os anos de 1930 e 1940. Assim, surgiram os armazéns de carga, a vila ferroviária, a Escola Álvaro Martins Neto (conhecida como Batatinha), os galpões e a Rotunda.
Conhecido como “abrigo de locomotivas”, o complexo tombado no nível municipal (1996), estadual (1997) e federal (2014), hoje abriga o Armazém Cultural, as casas que restaram na Vila dos Ferroviários, o IHGMS (Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul), a Esplanada e o que restou da Rotunda.
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Importância histórica e cultural
Parte intrínseca da história de Campo Grande, o abandono da Rotunda reflete o descaso com os patrimônios históricos e culturais da cidade.
Superintendente do Iphan-MS, João Henrique dos Santos, destaca que a Rotunda é um marco cultural da cidade e por isso deve ser preservada. Ele explica que o local surgiu como um espaço destinado à manutenção de locomotivas e vagões, o que trouxe benefícios significativos ao transporte ferroviário na época.
“A Rotunda foi uma das primeiras estruturas a utilizar o concreto armado em Campo Grande, além disso, possui dimensões monumentais, o que a difere de outras edificações do conjunto ferroviário. Sua construção foi crucial para melhorar o transporte ferroviário na época.”
Em 2023, a Sectur apresentou ao PAC Seleções, programa do governo federal, a proposta de contratação de projetos de arquitetura para o Complexo Ferroviário. No mês de março de 2024, o resultado do PAC Seleções contemplou a ação, com um recurso de 800 mil reais destinado a um projeto de revitalização da Rotunda ferroviária.
João Henrique explica que o Instituto trabalhou em conjunto com a Sectur para submeter o projeto de revitalização ao programa do Governo Federal PAC Seleções.
“Tivemos o projeto selecionado para receber um montante de R$ 800 mil em verbas federais, por isso, a concretização dessa ação é uma garantia de que, após esta etapa, será possível captar recursos para a execução das obras”, ressaltou.
Confira como deve ficar a Rotunda:







O projeto está dividido da seguinte maneira:
Rotunda – Edificação maior
- Reserva Técnica – 38,64 m²
- Espaço para exposições – 368,00 m²
- Teatro com capacidade para 250 lugares
- 03 salas multimídia
- Complexo Administrativo
- Café com cozinha industrial.
- Cineclube
- Banheiros
- Espaço para eventos – 600,00 m²
- Arquivo Histórico Municipal/Biblioteca – 500,00m²






Rotunda – Edificação Menor
- Restaurante – 500,00 m²


Galpão – Sanitários
- Sanitários e vestiários
Galpão das artes e pernoite
- Ensaios teatrais – 111,00 m²
- 02 Sala de música – 45,00 m²
- Ensaios de dança – 115,00 m²
- 03 salas de oficina de artes
- 05 salas para aulas de instrumentos




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