Imagens de drone exclusivas do Jornal Midiamax relevam a dimensão do estrago causado pelo rompimento da barragem do Loteamento Nasa Park, na área rural de Jaraguari. Uma semana após a tragédia, famílias ainda tentam limpar suas casas e dar os primeiros passos para a reconstrução das pequenas propriedades que abrigavam verdadeiros refúgios.
Próximo ao Nasa Park e nos fundos de algumas propriedades, o córrego Estaca era um lugar de lazer das famílias, que aproveitavam para passeios. Mas a enxurrada que se formou após o rompimento da barragem, transformou o córrego em uma grande área devastada.
O que era o Córrego Estaca deu espaço a uma vazante de água e lama, após receber o volume da represa artificial do loteamento. O espaço está totalmente assoreado, com a mata ciliar danificada, totalmente diferente do lugar de refúgio de antes.
São quilômetros e mais quilômetros de danos desde o início da barragem, no Loteamento Nasa Park, ultrapassando a tubulação da BR-163, que também foi destruída com volume de água. Oito dias após o desastre, trecho da rodovia continua em obras de manutenção.
Nas imagens exclusivas é possível notar a dimensão do estrago, bem como imaginar a força da água que atingiu as pequenas propriedades. Animais de criação, como porcos e peixes, foram levados pela água, assim como veículos e todos os pertences pessoais de várias famílias.
Pesadelo de moradores
Em entrevista ao Jornal Midiamax, moradores relatam que continuam enfrentando o pesadelo de ter a casa atingida pela enxurrada. Fotos registradas antes do incidente mostram a beleza e a tranquilidade no “quintal de casa”.
O córrego era utilizado também para o lazer da comunidade. Era cercado por mata ciliar, as mesmas que foram arrastadas pela água após o rompimento da barragem.
Manutenção na rodovia
Equipes da CCR MSVia trabalham no dreno danificado pela enxurrada com o maquinário. Nesta fase, os trabalhadores realizam a limpeza do local e a reconstrução do trecho.
Há uma fila de veículos, pois a rodovia está com o tráfego pelo sistema pare e siga. Nem mesmo a tubulação na BR foi suficiente para conter a força da água, que ultrapassou o outro lado da pista e a tingiu mais propriedades.
Nas imagens do drone, uma vasta mancha de lama destaca o tamanho da tragédia e a força da água.
Confira o vídeo:
Rompimento
A barragem do lago, que era usado para entretenimento entre os moradores do condomínio de luxo, rompeu na manhã de 20 de agosto. A barragem estava irregular no Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e no Corpo de Bombeiros e os proprietários já haviam sido multados por irregularidades ambientais.
Conforme levantamento da Defesa Civil, cinco famílias foram diretamente afetadas pelo rompimento da barragem. A maioria delas perdeu tudo ao ter a casa e a propriedade invadidas por uma enxurrada de água. Entre as perdas estão desde veículos, documentos e pertences pessoais, até animais de criação para subsistência e venda.
Também de acordo com um levantamento da Defesa Civil, cinco famílias foram diretamente impactadas pelo rompimento da barragem. Com isso, a maioria delas perdeu tudo, já que suas casas e propriedades foram inundadas por uma enxurrada de água.
“Ressarcir os danos sofridos”
A A&A Empreendimentos Imobiliários, empresa responsável pela represa do loteamento Nasa Park, emitiu uma nota oficial. No comunicado, a empresa se compromete a “ressarcir os danos sofridos” pelas famílias que tiveram suas propriedades atingidas pela correnteza decorrente da tragédia ambiental.
Ainda segundo a nota, a empresa realizou o cadastro das famílias, visando o ressarcimento, além de “distribuição de cestas básicas, água mineral e roupas”.
