Uma mãe foi chamada de palhaça ao cobrar atendimento para o filho de um ano e três meses, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, em Campo Grande. O caso aconteceu na tarde desta segunda-feira (10). A mulher estava com o bebê no colo, quando a criança começou a vomitar. Revoltada com a espera de cerca de 3 horas, ela foi à sala da enfermeira chefe, as duas discutiram e ela foi ofendida pela servidora.

A situação foi gravada. No vídeo enviado à equipe de reportagem do Jornal Midiamax, é possível ouvir a enfermeira chefe chamando a refiladora Pâmella da Silva Oliveira, de 32 anos, de ‘palhaça’. A servidora também ameaça processar a mulher por gravar as imagens.

“Eu gravei porque estava revoltada com toda a demora. Tinham muitas crianças esperando atendimento e nenhum médico chamava. Meu filho começou a vomitar, então, fui até lá porque achei que ela resolveria o meu problema. Normalmente quando ocorre demora no atendimento a gente reclama na sala da enfermeira chefe, mas ela não me ajudou e ainda me xingou. Me senti um lixo. Nunca imaginei passar por isso”, relata.

Pacientes e acompanhantes que estavam na unidade também se revoltaram com a situação. “Chamaram a mãe de palhaça porque ela cobrou atendimento para o filho que estava vomitando. Isso é um absurdo. Falta de respeito”, diz outra mãe, que também estava esperando atendimento pediátrico para a filha.

Conforme relatos, após a confusão, um GCM (Guarda Civil Metropolitano) encaminhou a mulher para um dos consultórios e o bebê foi atendido. Em seguida, outros pacientes começaram a ser chamados.

À reportagem do Jornal Midiamax, Pâmella disse que vai registrar um boletim de ocorrência sobre o caso. Ela também afirma que a situação será relatada à ouvidoria da Sesau.

Dia de caos nas UPAS

Ainda nesta tarde, o Jornal Midiamax publicou outra matéria sobre a demora no atendimento na UPA Coronel Antonino. A espera, segundo relatos, passa de 4 horas. Além disso, pacientes afirmam que a quantidade de médicos é menor que a publicada na escala da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

Uma esteticista, de 37 anos, chegou ao local com a filha, de 8 anos, por volta das 8h30. A criança apresenta vermelhidão pelo corpo, cansaço excessivo e vômito, inclusive com sangue.

Os sintomas foram informados durante a triagem realizada por um profissional de enfermagem. A classificação de risco dada à menina foi a cor verde – o que significa que a paciente tem baixo risco e que deveria ser atendida em até duas, mas o atendimento ocorreu depois de quatro horas de espera. “Eu tive que fazer escândalo para que ela fosse atendida”, destaca.

Sesau alega alta demanda

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), para saber sobre a situação ocorrida na Upa Universitário. Pelo WhatsApp, a assessoria informou que a demanda está alta em todas as unidades.

A reportagem também observou que a maioria das crianças a espera de atendimento apresentavam sintomas semelhantes: febre, cansaço excessivo e vômito. Um retorno sobre o quadro de saúde das crianças também é esperado.

Confira a nota da Sesau na íntegra:

“A Sesau informa que já é costume observar que no início da semana há um aumento no fluxo de atendimentos de pacientes em relação aos demais dias, resultando, assim, em uma espera maior que a desejada por quem aguarda uma consulta. A UPA Coronel Antonino é uma dessas que têm seu fluxo de atendimentos inchado entre segunda e terça-feira. Nesta manhã, por exemplo, foram encaminhados dois médicos da equipe de apoio para o local, e outro também foi acionado para auxiliar nos atendimentos no início da tarde.

A respeito dos atendimetos da UPA Universitário, a escala médica no local está completa e a situação é a mesma que se encontra na unidade do Coronel Antonino, com um fluxo inchado no início da semana. Cabe ressaltar que, em 30 de abril de 2024, a prefeitura de Campo Grande decretou situação de emergência devido o aumento no número de casos respiratórios como Síndrome Gripal e Síndrome Respiratória Aguda Grave, em especial no público infantil e idosos, sendo os mais acometidos.

Sobre o trecho do vídeo em questão, a Sesau está apurando o acontecido”.

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*Matéria editada às 17h18 para acréscimo de posicionamento