Registro aéreo na região do Maracangalha feito na tarde desta segunda-feira (1º) revela aumento de focos de incêndio no Pantanal. Nesta manhã, a mesma área exibida nas imagens não tinha incêndios nesta proporção.

A região, de difícil acesso, fica distante cerca de 1h30 de barco a partir de Corumbá, subindo o Rio Paraguai. As imagens são do IHP (Instituto Homem Pantaneiro).

Conforme o boletim informativo do IHP, que monitora diariamente focos de calor, o Pantanal registrou 356 focos de calor, com concentração significativa nas áreas ao norte e sudoeste da região urbana de Corumbá. Na região do Rancho Maracangalha, foram 7 focos, contra 21 no Parque Nacional Mato-Grossense.

Também nesta segunda-feira (1º), área nas margens da Rodovia BR-262 próxima a Corumbá voltou a queimar – a fumaça pode prejudicar a visibilidade na estrada. Nas redes sociais, motoristas também compartilharam imagens da ponte sobre o Rio Paraguai, com bastante fumaça nas margens.

O Jornal Midiamax esteve por duas vezes no Pantanal nas últimas semanas e constatou o trabalho de brigadistas na contenção dos incêndios. Contudo, a velocidade das chamas com a força do vento faz com que o fogo se espalhe com facilidade, como provavelmente ocorreu na região do Maracangalha.

Confira as imagens:

MPF quer investigação

O MPF (Ministério Público Federal) acompanha as medidas de prevenção aos incêndios no Pantanal sul-mato-grossense, a fim de responsabilizar os causadores dos incêndios, especialmente onde há interesse da União, como em áreas de comunidades indígenas, ribeirinhas, quilombolas, APPs e locais com espécies ameaçadas.

A instituição colabora estreitamente com a Polícia Federal, Prevfogo (vinculado ao Ibama) e Corpo de Bombeiros Militar para investigar e identificar os responsáveis pelos focos de ignição.

Nesse contexto, a PF (Polícia Federal) estabeleceu um gabinete de crise em Ladário para investigar os incêndios, com peritos e policiais especializados deslocados para o Pantanal. Além disso, os órgãos estão repassando informações sobre impactos nas comunidades indígenas, como o aumento de doenças respiratórias, para ações preventivas.

Na semana passada, a procuradora da República, Aline Morais, tratou com o comandante dos bombeiros sobre o quadro atual dos incêndios, ressaltando a predominância de focos em propriedades privadas e sua dispersão, não a partir de um único ponto de ignição. Ela também participou de uma reunião com ministras do Meio Ambiente e Planejamento para discutir a crise no Pantanal.