‘Vacina sozinha não faz milagre’, diz pesquisador sobre cuidados contra a dengue em MS
O público-alvo da vacinação, em 2024, será composto por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos
Priscilla Peres, Monique Faria –
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A vacina contra a dengue deve chegar aos municípios de Mato Grosso do Sul nas próximas semanas, porém, apenas pessoas entre 10 e 14 anos serão imunizadas. A recomendação dos especialistas em saúde é de que os cuidados sejam integrados, incluindo vacina, ações do poder público e limpeza dos quintais domésticos.
Pesquisador em saúde pública da Fiocruz, Felipe Naveca, explica que a vacina não é um milagre no combate contra a dengue. “Não temos vacina para todo mundo neste momento e por isso precisamos manter as medidas de controle do mosquito em casa, para que a gente trabalhe junto e tenha uma resposta integrada contra a dengue”, afirma.
O público, em 2024, será composto por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.
“A gente espera que a vacina chegue e proteja contra os dois sorotipos que estão circulando, tipo 1 e 2, que predominam no país. A gente espera uma boa cobertura, com resultados eficazes”, explica o pesquisador.
Mato Grosso do Sul em fase de preparação contra a dengue
Médica infectologista, Mariana Croda explica que Mato Grosso do Sul está em fase de preparação para época de maior incidência da doença, que historicamente acontece a partir de março. Por enquanto, os dados estaduais de dengue não são alarmantes.
“A gente acredita que para combater a dengue precisamos de modalidades multimodais, e a vacina é mais uma arma que a gente tem. Na epidemia desse ano, a gente já deve conseguir sentir diferença com a vacinação, entretanto pega uma faixa etária que não é de maior risco, a gente continua muito preocupado com idosos, os extremos de idade, que são populações sob risco e sem proteção”, afirma a pesquisadora.
A secretária-adjunta de Saúde de MS, Christinne Maymone, explica que o Governo criou um comitê de enfrentamento contra a dengue e espera a adesão dos 79 municípios. “O momento agora é de vigilância, prevenção, controle, exatamente para a gente poder nos organizar e evitar internações e óbitos”, conta.
80% dos focos de dengue estão dentro de casa
Mato Grosso do Sul acendeu o alerta para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. De acordo com a SES (Secretaria Estadual de Saúde), 80% dos focos estão dentro das residências e a população precisa ficar atenta para eliminar os focos do vetor das doenças.
Segundo o boletim epidemiológico sobre a quinta semana deste ano, com dados coletados até 3 de fevereiro, Mato Grosso do Sul tem mais de 2.058 casos prováveis para dengue – mais de 300 confirmados –, com uma morte em investigação, além de 652 casos prováveis de chikungunya – 27 deles confirmados.
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