Casaco, touca, luva e meia: acessórios e agasalhos que raramente são usados pelo campo-grandense foram retirados do armário para a rotina na manhã gelada nesta segunda-feira (27), com mínima de 10°C. Para muitos, o ideal é “tirar a poeira” dos guardados, já que comprar novas peças só pela mudança do tempo é perda de dinheiro.

Pensando na proteção da filha, de dois anos, Leidiane de Souza Matos, microempreendedora, foi ao Centro de Campo Grande comprar peças para aquecer a bebê. Ela estava apenas com uma segunda pele e um casaco.

“Sou daqui (Campo Grande), acostumada com o calor, que é até demais, por isso quase não tenho casacos, tenho uns dois no guarda-roupa e só uso quando faz muito frio. Para a gente é difícil comprar, é lenda. Casaco novo só compro se vir um frio que não aguento. Hoje vim comprar para minha filha, criança sente mais frio e ela acaba tirando a meia”.

(Nathalia Alcântara, Midiamax)
Mãe investiu em meias para a filha (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Leidiane ainda é do time que não gosta do frio, pois acredita que não tem aconchego nenhum nas conhecidas camadas de vestimenta. “Me dá uma agonia vestir muito casaco, eu mesmo só uso quando está muito frio”.

Gisele Vargas, é diarista e diz que faz um bom tempo que não adquire novos casacos, já que ganha das patroas. A quantidade no armário ainda a fez doar algumas das 20 peças que tinha.

“Hoje estou só com uma segunda pele e um casaco de lã, que esquenta bem. Eu não compro, vou ganhando tanto que vai ficando”, disse. Também sendo mãe-coruja, a trabalhadora foi ao Centro comprar meias para a filha, Maria Eduarda, de oito anos. “Estou com dois casacos, moletom e uma touca. Não gosto do frio, dá gripe.

Mateus Vargas, de 17 anos, conta que há anos não investe em novas peças de frio, já que as duas únicas que utiliza já servem para todo o ano. “Estou com um casaco, jaqueta, touca, meia, luva e duas calças. Eu sinto bastante frio, mas só tenho dois casacos porque aqui não faz frio sempre”.

De fato, desde o início do ano, esta é a primeira frente fria que derruba consideravelmente as temperaturas na Capital. Elaine Vieira, vendedora, relata que não sentiu tanto frio, vestindo um sobretudo e um casaco nesta manhã.

“Tenho casaco porque vou comprando ao longo do tempo, mas como Campo Grande não faz frio, quase não compro novo. Hoje, por exemplo, achei mais nublado e neblinando do que frio. Eu sou do Paraná, que faz mais frio que aqui, e não gosto de clima gelado”.

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Zenilda diz que as vendas estão fracas (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Baixas vendas

A vendedora ambulante Zenilda Neves bem que reforçou o estoque de meias, toucas e luvas para venda hoje, mas sem sucesso no movimento. Ela acredita que o fim do mês pode influenciar na economia do campo-grandense.

“A procura está muito devagarzinho. Basta cair um pouco a temperatura que o campo-grandense aparece todo agasalhado, mas desde 2022 está fraco, de lá para cá quase não tem muitas vendas”.

Ela vende toucas de R$ 30 a R$ 40 e meias a partir de R$ 10, as mais reforçadas são R$ 35.