Surto de doenças respiratórias lota saúde, mas só 14% tomaram vacina da influenza em Campo Grande

Com maioria dos casos moderados, Sesau afirma que vacina contra a influenza pode amenizar situação

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UPA Leblon, em Campo Grande (Foto: Leitor Midiamax)

Quem tem criança em casa já sabe que é só o outono chegar e a temperatura cair um pouco que as doenças respiratórias chegam. Como consequência, desde a semana passada as unidades de saúde públicas e hospitais particulares de Campo Grande estão lotadas, mas a situação poderia ser amenizada com a vacinação contra a influenza.

De acordo com a Sesau (Secretaria de Saúde) de Campo Grande, este ano foram imunizadas 54,5 mil pessoas do público prioritário. Porém, o número representa apenas 14% das 300 mil pessoas que devem ser vacinadas até 31 de maio, quando termina a campanha.

Diferente do ano passado, quando houve uma explosão de casos graves, com internação, devido a síndromes respiratórias, este ano a maior alta é de casos moderados. Até o momento, não há espera por leitos de UTI pediátricos, mas a Sesau negocia a abertura de novos leitos infantis na Santa Casa.

Ainda conforme sistema de monitoramento da Sesau, entre março e abril foram registrados 164 casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em crianças com menos de 1 ano e outros 123 casos em crianças até 4 anos. Na prática, crianças até 4 anos representam 41,7% dos casos de SRAG registrados este ano, na rede pública de Campo Grande.

Quem pode se vacinar contra influenza

A vacina influenza aplicada na rede pública é trivalente, ou seja, apresenta três tipos de cepas de vírus em combinação – A (H1N1); A (H3N2) e B (linhagem B/Victoria) – protegendo contra os principais vírus em circulação no Brasil.

A vacina contra Influenza pode ser administrada na mesma ocasião de outros imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação. Em Mato Grosso do Sul, o público-alvo é composto por 1.148.407 pessoas.

  • Crianças de 6 meses a menores de 6 anos;
  • Crianças indígenas de 6 meses a menores de 9 anos;
  • Trabalhadores da Saúde;
  • Gestantes;
  • Puérperas;
  • Professores dos ensinos básico e superior;
  • Povos indígenas;
  • Idosos com 60 anos ou mais;
  • Pessoas em situação de rua;
  • Profissionais das forças de segurança e de salvamento;
  • Profissionais das Forças Armadas;
  • Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
  • Pessoas com deficiência permanente;
  • Caminhoneiros;
  • Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
  • Trabalhadores portuários
  • Funcionários do sistema de privação de liberdade;
  • População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos).

Crianças que vão receber o imunizante pela primeira vez deverão tomar duas doses, com um intervalo de 30 dias.

Do público ao privado, tudo lotado

Com o aumento expressivo da demanda por atendimento, as unidades de saúde de Campo Grande estão lotadas tanto no setor público quanto privado. Reportagem do Jornal Midiamax mostra demora de horas tanto em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), quanto em hospitais da rede particular.

No Hospital da Cassems, uma placa na entrada informava a média de quase 5 horas (290 minutos) para atendimento pediátrico. Segundo o hospital, houve crescimento de 50% no atendimento pediátrico em abril.

No Hospital da Unimed a situação não é diferente. “Nas últimas semanas tivemos um aumento importante dos casos de síndrome respiratórias leves, com sintomas leves que não requerem a internação, incluindo o vírus influenza”, afirmou a médica Marcela Ramone do Nascimento, diretora-técnica do hospital.

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