Em greve, professores e servidores técnicos-administrativos federais se reúnem em manifestação na tarde desta segunda-feira (3), na Praça do Rádio, em Campo Grande, contra o reajuste zero proposto pelo Governo Federal em 2024.

Segundo as categorias, o congelamento dos salários neste ano é a principal reivindicação dos manifestantes. Entre eles estão professores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e IFMS (Instituto Federal de MS), além de servidores técnicos-administrativos dessas instituições.

“O nosso grande problema é o congelamento salarial. [Se aceitar o] 0%, a gente vai amargar em mais um ano de congelamento. E a inflação está em alta e nosso poder de compra está menor”, diz o representante do Comando de Greve do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Docentes e Técnicos da Rede Federal de Educação Básica, Técnica e Tecnológica), Vitor Sanches.

Cerca de 300 pessoas, entre alunos, professores e técnicos-administrativos, estão reunidos na praça. Além do salário, a marcha luta por melhorias na educação e no quadro de carreiras.

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Sindicato está em greve desde 14 de março (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

Reajuste zero

Segundo Vitor, os servidores estão com o mesmo salário desde 2016, ou seja, há 8 anos. O acumulado inflacionário varia entre 30-40% nesses anos. Por isso, a categoria pede pelo menos 22% pela correção salarial dos últimos 3 anos.

Para o coordenador de Educação e Informação do Sista (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Fundação UFMS e IFMS), Valdecy Sousa Oliveira, após a greve as negociações com o governo avançaram.

“A gente avançou pouco nas negociações. Não chegamos onde queríamos. Saímos de nada para 9% em janeiro de 2025 e 5% para maio de 2026. Não recusamos, mas a gente quer avançar mais nas negociações porque ainda não temos nada para 2024”, explica ao Jornal Midiamax.

O Sista está em greve desde o dia 14 de março com representantes em Campo Grande e outros 8 campi em Mato Grosso do Sul. Os cerca de 2,5 mil trabalhadores estão em greve há 79 dias.

Falta verba

Outro ponto reivindicado pelo Sinasefe é a defasagem nas verbas destinadas ao Instituto Federal. “Atualmente os institutos trabalham com 40% a mais de alunos, mas sem recomposição para o funcionamento dos campi”, explica Vitor.

O sindicatos tem 2 mil servidores em MS e estão em greve desde o dia 3 de abril. Cerca de 60% da categoria aderiu ao movimento.

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Grevistas se reuniram na Praça do Rádio (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

Professores da UFMS

Das categorias, a Adufms (Associação dos Docentes da UFMS) é a que está há menos tempo em greve. Os professores da universidade federal está parado desde o dia 1º de maio.

Segundo a presidente da associação, Mariuza Guimarães, os avanços nas negociações ainda não atenderam as categorias. Os cerca de 1,5 mil docentes que compõem a categoria pedem 3,69% de reajuste em 1º de agosto de 2024; 9% em 1º de janeiro de 2025; e 3% em 1º de maio de 2026.

Agora, a Adufms espera o resulta da reunião com o Ministério de Gestão e Inovação, que acontece nesta segunda em Brasília.

“Ainda não tivemos uma proposta aceita apela categoria e por isso continuam em greve. Estão esperando essa reunião hoje em Brasília para ver se a categoria vai ser atendida. O principal ponto é que não chegaram a nenhuma proposta que contemple reajuste em 2024”, diz à reportagem.