Sem previsão de vaga em UTI neonatal do HU, bebês esperam em salas improvisadas
À espera de leito, quatro recém-nascidos estão entubados em sala improvisada
Aline Machado –
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Os problemas de superlotação no Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) continuam em Campo Grande. Nesta quarta-feira (17), quatro recém-nascidos esperam por vaga na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Há pouco mais de uma semana, o Jornal Midiamax divulgou a situação caótica na maternidade, sala de pré-parto e no centro obstétrico.
Sem vaga na UTI, os bebês são atendidos em uma sala improvisada. Esta é a situação da filha do conferista Guilherme da Costa Ferreira, de 25 anos. Ele conta que a bebê nasceu em estado grave, na maternidade da Humap, na manhã de terça-feira (16). Nos primeiros minutos de vida, foi entubada e levada para o local onde ela e outros três recém-nascidos esperam por liberação no setor.
“Minha esposa chegou ao hospital com a bolsa estourada. Optou por parto normal, mas não tinha dilatação e já deram uma medicação para induzir o parto, mas ela continuou sem dilatação, então umas 10 horas depois deram outra medicação, mas não resolveu e fizeram a cesariana. Como demorou até que fizessem o parto, minha bebê ingeriu material fecal e nasceu em estado grave. Ela precisa ser levada com urgência para a UTI. No mínimo tinham que oferecer aparelhos e estrutura necessária”, relata.
Sobre a situação da bebê, o Humap diz que a mãe sofreu perda de líquido e que a bolsa havia rompido, mas que ela não estava em trabalho de parto. O hospital confirma que houve indução de parto e afirma que a gestante foi monitorada, mas apresentou descolamento da placenta na manhã de ontem e foi constatado quadro de sofrimento fetal por falta de oxigenação. A mãe foi submetida a cesariana de urgência, mas a bebê nasceu em estado grave.
Já em relação à falta de vaga, o Humap confirma que não há leitos na UTI neonatal e que não há previsão para que essa questão seja normalizada.
O Humap ressalta que a situação foi informada à Central de Regulação de vagas do Município e que foi solicitada a transferência dos bebês. No entanto, a resposta é de que o problema de superlotação também ocorre em outros hospitais e não há disponibilidade para transferências.
Ainda de acordo com o Humap, o Ministério Público Estadual e Federal foram informados por meio de ofício no qual o hospital pede apoio para resolução da questão.
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