Uma mãe precisou fazer uma “peregrinação” por unidades de saúde de Campo Grande nesta quinta-feira (21) para conseguir atendimento e medicamento para a filha que estava passando mal. Sem sucesso, nesta sexta-feira (22) Maria José Martins de Souza, de 42 anos, precisou procurar atendimento médico novamente.

Viúva, Maria é monitora de alunos e precisa “dar conta” sozinha da situação com a filha de 13 anos, que há 3 dias sofre com dores.

“Estou desde antes de ontem com a minha filha passando mal, com dor nas costas. Fui no posto (Unidade de Saúde da Família) do Alves Pereira, não tinha médico. Aí fui no UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Moreninha, me deram uma receita de ibuprofeno e dipirona. Fui lá no Azambuja pegar, não tinha, disseram que não tem ibuprofeno. Aí vim aqui no Universitário, disse que a farmácia está fechada, que eles estão atualizando o sistema”, detalha a mãe. 

Cansada com a saga que precisa enfrentar para ver a filha melhorar, desabafa: “estou cansada de pagar imposto e não ter retorno. Você chega no posto, não tem médico, chega na farmácia, não tem remédio. O povo está todo sentado rindo, tirando sarro da sua cara, entendeu?”, compartilha.

No início da tarde desta sexta-feira ela voltou à USF (Unidade de Saúde da Família) Dr. Walfrido Ferreira, que fica no bairro Alves Pereira, para que a filha passe por nova consulta e finalmente consiga acesso a medicamento.

O que diz a Sesau

O Jornal Midiamax questionou a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), sobre a situação da falta de atendimento e de medicamentos nas unidades citadas. 

Em nota, o órgão afirmou que “a unidade em questão (no Alves Pereira) está com uma das equipes sem profissional médico, contudo os outros dois que lá estão fazem os atendimentos de urgência e emergência, além dos agendamentos previstos para a área que está temporariamente descoberta”.

“Cabe ressaltar que na data de hoje a USF Moreninha está passando por uma atualização do sistema de controle do almoxarifado, que será implantado em todas as unidades de saúde da capital e, por este motivo, encontra-se fechada neste momento. Quanto à falta da medicação ibuprofeno, a falta identificada se trata de uma situação pontual, onde as unidades próximas podem suprir a necessidade da paciente neste momento”, finaliza a nota.