Seca histórica pode intensificar avistamento de enxames migratórios em regiões urbanas de MS
Na terça, um enxame migratório assustou quem passava pela Rua 14 de Julho
Jennifer Ribeiro –
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Na terça-feira (3), um enxame de abelha-europeia se instalou em uma árvore na calçada da Rua 14 de Julho, próximo à Rua Marechal Rondon, gerando preocupação entre os frequentadores do Centro de Campo Grande.
Responsáveis por atender à ocorrência, o Corpo de Bombeiros explicou que o fenômeno nada mais é que uma migração de abelhas, situação comum nessa época do ano, com a aproximação da primavera. Nesses casos, os insetos só são removidos caso não saiam sozinhos ou ataquem os humanos.
Ou seja, a partir de setembro não será incomum, durante nossas andanças pela cidade – ou qualquer outro local – nos depararmos com essas pequenas comunidades se agrupando em locais um tanto quanto improváveis, rumo a sua jornada de sobrevivência.
O que é migração de abelhas?
Conforme o biólogo José Milton Longo, a migração não é exclusiva da espécie europeia, já que o fenômeno faz parte do ciclo de formação de novas colônias das espécies. Com o florescimento das plantas, as abelhas iniciam a colheita do néctar e do pólen, seguindo a temporada de reprodução.
A migração para as áreas urbanas pode estar relacionada também ao período intenso de seca que assola Mato Grosso do Sul. Como a área de vegetação está em chamas e sem irrigação – o que pode afetar no afloramento das plantas – as espécies podem preferir adentrar a área urbana onde há mais irrigação e muitas flores.
Ainda sobre o calorão, vale pontuar que a agressividade de algumas espécies pode se intensificar. Essas pequenas criaturas representam perigo maior quando atacam em bando. São necessárias cerca de 500 ferroadas para uma pessoa correr risco de morte.
“Pode ocorrer os ataques, com mais números e intensidade, na zona rural também há chances de ataques com animais com o deslocamento do enxame. A abelha-europeia africanizada tem o abdômen rajado, mais agressiva e com maiores números de acidente. As nossas nativas são pequenas, a uruçu ou jataí não têm ferrão, essas não causam problemas, embora elas também estejam em atividade de exameamento”, explica.
Cuidados com os ataques
Ao se deparar com um enxame, é importante considerar que dificilmente as abelhas atacarão. Elas estão ali por uma questão cíclica de sobrevivência. Apesar disso, alguns cuidados são necessários.
A picada de abelha é uma experiência dolorosa, podendo causar reações leves e transitórias, como inchaço, vermelhidão e coceira intensa.
Em casos raros, porém, a picada pode desencadear uma reação alérgica grave conhecida como anafilaxia, também conhecida como choque anafilático. Essa reação alérgica aguda que pode ser fatal, causando dificuldade para respirar, sensação de garganta fechada, inchaço na boca, língua, entre outros sintomas. Além disso, a alergia, seja ela alimentar ou de picada de insetos, pode ser desenvolvida. Ou seja, mesmo para quem já sofreu picadas, mas não teve reações, não há garantia de imunidade.
Conforme o CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul), a primeira orientação é que a unidade militar seja acionada por meio do 193 e que todos mantenham distância do local onde o enxame ou mesmo a colmeia tenham sido vistos.
“Orientamos o isolamento do local, o afastamento das pessoas, retirada de animais de estimação e evitar ações que despertem a movimentação do enxame. É importante destacar que esse é o procedimento correto a ser adotado em casos como estes, já que as abelhas costumam fazer pausas para descanso durante o período migratório”.
Matar abelhas é crime
Mesmo em situações de risco, jogar inseticida, colocar fogo, ou arremessar pedras e outros objetos nas abelhas não é recomendável e pode agravar a situação. Além disso, matar abelhas é considerado crime ambiental, conforme o artigo 29 da Lei Federal 9.605 de 1998. A pena para essa infração é de detenção de seis meses a um ano, além do pagamento de multa de R$ 3 mil.
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