Proposta de reposição das aulas anunciada pela reitoria da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) foi rejeitada pelo Comando Local de Greve. Para a categoria, o calendário tende a “penalizar os grevistas” e “não garante a qualidade da reposição das aulas”.

Segundo a presidenta da Adufms (Associação dos Docentes da UFMS), Mariuza Guimarães, uma contraproposta foi encaminhada para a reitoria da UFMS e será discutida nesta sexta-feira (28), pelo Conselho de Graduação.

“Eles não estão falando em reposição de aulas e sim em extensão de prazo. Não estabelecem um calendário regular. A proposta que fizeram penaliza, pune os grevistas e não garante a qualidade dos estudos”, analisa.

Na proposta enviada pela reitoria, os professores têm até o dia 17 de agosto para concluírem a primeira fase do calendário letivo de 2024, no entanto, as aulas da segunda etapa do ano letivo teria início em 5 de agosto.

“Os professores teriam que correr contra o tempo. Ficariam sobrecarregados e os alunos também sofreriam dessa forma. Queremos garantir a reposição, sem onerar o professor e sem prejuízo da qualidade do ensino para os estudantes”, pontua a presidenta da Adufms.

Na proposta enviada pela reitoria, as datas de lançamentos de notas e matriculas no Calendário Acadêmico, com encerramento do primeiro semestre em 17 de agosto e o encerramento do segundo semestre em 21 de dezembro deste ano, com manutenção das datas de cerimônias de colação de grau do primeiro semestre para os mês de agosto.

Já a contraproposta da Adufms defende término do Período Letivo 2024/1 em 17 de agosto, com liberação de notas e frequências de 2024/1 até 20 de agosto e início do Período Letivo 2024/2 em 21 de agosto. Assim, a redução dos dias não letivos de 7 a 12 de outubro para 10, 11 e 12 de outubro e término do Período Letivo 2024/2 em 21 de dezembro de 2024, com liberação de notas e frequências de 2024/2 até 23 de dezembro.

Conforme a Adufms, apenas os câmpus de Chapadão do Sul, Nova Andradina e Ponta Porã não aderiram ao movimento grevista.

Acordo colocou fim à greve

A greve na UFMS foi deflagrada dia 1º de maio de 2024. O encerramento aconteceu 52 dias depois, quando a categoria decidiu aceitar a proposta feita pelo Governo Federal que sugeriu reajuste linear de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

No último dia 23, os professores anunciaram o fim do movimento. Os grevistas também disseram que vão retomar as atividades na próxima segunda-feira (1º).

No fim da tarde desta quinta-feira (27), o MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) e o MEC (Ministério da Educação) assinarão o acordo entre o Governo Federal e os grevistas.

Embora tenha aceitado a proposta, a categoria tinha outras reivindicações. Sobre a questão salarial, os professores da UFMS pediam 22,71%, em três parcelas anuais de 7,06% cada, começando em 2024, além de auxílios alimentação e creche. No entanto, o Governo manteve o reajuste zero para este ano.

Além dos docentes, a greve afetou cerca de 25 mil alunos nos câmpus de Campo Grande e outras cidades do Estado: Aquidauana, Corumbá, Coxim, Naviraí, Paranhos e Três Lagoas. Até o momento não foi informado a quantidade de alunos que teve formatura adiada por conta do movimento.

*Atualizada às 16h55 para correção de informação