A produção limitada da vacina contra Varicela (catapora) tem gerado desabastecimento do imunizante em Mato Grosso do Sul e todo o país. Em Campo Grande, pais peregrinam em unidades de saúde na busca pelo imunizante, principalmente na dose de reforço que deve ser aplicada em crianças de 4 anos.

Mas mesmo com a falta do imunizante, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) dá opção de como se proteger. Considerando nota técnica do Ministério da Saúde, é recomendada a utilização da vacina Tetraviral – contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela – para substituição de vacinas em situações especiais.

“A produção limitada da vacina Varicela, tanto no mercado nacional quanto no internacional, impede a imediata regularização dos estoques e a plena disponibilidade para os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde)”, afirma a nota da SES.

Estoque baixo em MS

Devido a pouca disponibilidade das doses de vacina pelo Ministério da Saúde, o estoque de Mato Grosso do Sul está baixo. De acordo com a SES, em julho o Estado recebeu 4 mil doses contra a varicela e 15 mil doses da Tetraviral, por meio do PNI (Programa Nacional de Imunizações).

Os quantitativos dos imunizantes foram distribuídos e encaminhados aos 79 municípios de acordo com a estimativa da população-alvo e o percentual recebido na Rede de Frio Estadual, sendo 5% da população-alvo para a Varicela e 17% da população-alvo para a Tetraviral.

Em nota, o Ministério da Saúde afirma que o laboratório responsável pela produção da vacina contra a varicela tem enfrentado problemas técnicos que afetaram a regularidade da distribuição desde 2023. Para sanar a falta, tem feito aquisições emergenciais com outros fornecedores nacionais e internacionais.

As próximas entregas de vacinas ao Ministério da Saúde estão programadas para este segundo semestre, com perspectivas de regularização do fornecimento em 2025. 

Criança morreu com catapora em MS

Uma bebê de 1 ano e 10 meses morreu em agosto com complicações de catapora. Ela ficou três dias internada no Hospital Universitário de Mato Grosso do Sul, onde morreu. Além da varicela, apresentava quadro de pneumonia.

Em nota, o Humap-UFMS/Ebserh informou que a bebê deu entrada na UPA (Universidade de Pronto Atendimento) no dia 31 de julho com histórico de febre e lesões vesiculares pruriginosas há 5 dias. Lá iniciou tratamento com antibiótico e foi encaminhada para o Hospital.

No mesmo dia, a bebê foi transferida para o Hospital Universitário e morreu no dia 3 de agosto, devido a complicações provocadas pela varicela. Exame de imagem mostrou que a criança também apresentava quadro de pneumonia grave.

A criança estava com a vacinação que previne a catapora atrasada. Ela deveria ter tomado a vacina tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) com 15 meses, sete meses antes de falecer.

A catapora

A varicela é uma doença infecciosa e altamente contagiosa causada pelo vírus Varicela-Zoster que se manifesta com maior frequência em crianças. A principal característica clínica são lesões na pele acompanhadas de coceira.

As principais complicações da catapora, nos casos severos ou tratados inadequadamente, são pneumonia, infecções na pele e ouvido, e encefalite, uma inflamação aguda no sistema nervoso central.

A encefalite provoca a inflamação do cérebro e, se não for tratada, pode ser fatal. Afeta principalmente bebês, crianças e adultos com o sistema imunológico comprometido.