Para agregar artesãos umbandistas, feira ‘Meus Axés’ acontece na praça do Preto Velho, em Campo Grande
Atualmente, mais de 300 visitantes passam pela feira
Jennifer Ribeiro, Lucas Caxito –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Já virou tradição em Campo Grande: todo segundo domingo do mês é dia de Feira Meus Axés na Praça do Preto Velho, no Jardim Paulista, em Campo Grande. Organizada pela empresária Juliana Moraes, de 42 anos, a feira é um projeto social desenvolvido após a pandemia que abraça mulheres empreendedoras e expositores, em sua maioria, umbandistas. Atualmente, mais de 300 visitantes passam pela feira.
Como Juliana explica, ela já desenvolvia projetos que ajudavam mulheres que precisaram se reestruturar financeiramente após a pandemia da Covid-19. Como uma forma de abrir um espaço em que essas empreendedoras pudessem expor seus trabalhos e ganhar uma renda, decidiu fazer a primeira edição da feira, em maio de 2023, exatamente no mês do Preto Velho.
“Eu percebi que as mulheres do afro e umbandistas tinham muita dificuldade de se inserir nas feiras que já existiam por causa do preconceito religioso. Foi quando eu pensei na Praça do Preto Velho. Eu sou sacerdotisa de umbanda, e pensei ‘poxa, seria legal fazer uma feira na Praça do Preto Velho’”, explica.
Segundo a empresária, o maior diferencial da Feira Meus Axés é que juntos, os expositores formam uma cooperativa. “Nas feiras mais elitizadas, é visível o olhar das pessoas quando chega alguém vestindo uma estampa que remete a umbanda. Então isso foi me doendo e pensei que eu tinha que fazer alguma coisa. Eu, como sacerdotisa, também tenho que levantar a bandeira e pedir respeito”, pontua.
Expositores
Therezinha Cardozo, 72 anos, é expositora da feira desde dezembro de 2023. Seu trabalho é focado em produtos naturais, como óleo de babosa, sabonetes de camomila e babosa com alecrim. Em todas as embalagens vêm com descrição de seus benefícios.
“Os sabonetes têm me surpreendido muito. Já faz três anos que estou fazendo e cada pessoa que compra volta depois falando que ajudou em alguma irritação ou problema na pele que estava tendo. Inclusive, uma senhora me procurou, porque não fica sem o sabonete de barbatimão. Ele foi muito bom para o cachorro dela que está com leishmaniose. Como ele é cicatrizante, ela disse que foi muito bom. É gratificante ver as pessoas voltarem e elogiarem”, afirma.
Na feira, dona Therezinha estava acompanhada por Diva Cardozo, de 55 anos, sua filha. A artesã também é expositora da feira desde dezembro e acompanha a mãe em todas as feiras que ela decide participar.
“Meu trabalho é focado no artesanato. Quem me introduziu nas feiras foi a minha tia, e eu comecei fazendo as bonecas Abayomis. Abayomi significa encontro precioso, e eram amuletos que diminuíam a dor das crianças nos navios negreiros, feita com panos. Além disso, faço brincos e namoradeiras”, pontua.
Feira acolhe a comunidade
Passeando pela feira, Edson Prado, de 48 anos, afirma que acha interessante e importante uma feira que abrace todos os expositores, mas especialmente os que também são umbandistas. Adepto da religião, ele vê este espaço como uma forma de anular todo o preconceito.
“A religião tem muito preconceito. As pessoas acham que existe sacrifício de humanos, sacrifício de animais domésticos e na umbanda não existe isso. A umbanda está para curar, para ajudar na evolução do ser humano”, explica. “Então eu acho a feira aqui muito importante. Que continue a feira aumentando a cada dia mais trazendo mais adeptos e artesões, e propagar a nossa religião”, afirma.
Notícias mais lidas agora
- Candidatos reclamam de prejuízos após concurso considerado irregular ser suspenso em MS
- ‘Parte de mim também morreu’: A 5 dias de júri por morte de Sophia, pai fala sobre a dor da ausência da menina
- Justiça marca audiência em ação que aponta fraude em contratação 3 vezes mais cara feita por Reinaldo
- Operação mira grupo liderado por ‘Sapo’, um dia após transferência para Presídio Federal de MS
Últimas Notícias
Rebeca Andrade e Beatriz Souza concorrem a melhor do ano no Prêmio Brasil Olímpico
Dona de seis medalhas olímpicas, Rebeca busca o tetra no Troféu Rei Pelé
Rajadas de vento de 80 km/h deixam assentamento de Jaraguari sem energia
Concessionária diz que atua na região desde sexta-feira
Azul cancela voos e passageiros aguardam conexão há dois dias em Campo Grande
Uma passageira reclama da falta de suporte nos guichês presenciais do aeroporto neste domingo
Homem “brinca” de atirar contra animais, acerta rede elétrica e deixa bairro, no interior, sem luz
A vizinhança, assustada com a crueldade do homem, ficou indignada com a situação
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.