Palco de apreensão polêmica de menores, quadra será inaugurada na próxima semana em Coxim

Grupo de menores foi flagrado na quadra fechada para reforma em Coxim e levado para delegacia de polícia

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Quadra fechada (Divulgação, PMC)

Palco de apreensão polêmica envolvendo um grupo de pelo menos 12 crianças e adolescentes, a quadra esportiva pública de Coxim, a 255 quilômetros de Campo Grande, deve ser aberta para a população na semana que vem. A informação é do prefeito Edilson Magro (DEM).

Ao Jornal Midiamax, Magro disse que todas as medidas estão sendo tomadas para ser feita a liberação do espaço. “A quadra já está pronta. O que nós estamos fazendo agora é fechar o espaço para realizar a manutenção do que foi depredado. Acredito que na próxima semana ela já esteja aberta”, disse o chefe do executivo do município.

Entenda o Caso

Em plenas férias escolares, um grupo de 13 crianças e um adolescente foi parar na delegacia por usar uma quadra de esportes pública ainda não inaugurada na cidade de Coxim. O enquadro aconteceu após o prefeito da cidade, Edilson Magro, flagrar os menores de idade utilizando o espaço na noite de segunda-feira (15).

Na cidade com pouco mais de 32 mil habitantes, vídeos da situação viralizaram e provocaram revolta entre moradores. De acordo com o próprio prefeito, a gerente municipal de esportes foi acionada após as crianças serem vistas na quadra. Essa, por sua vez, retornou ao local com equipes do Conselho Tutelar e Polícia Militar. O desfecho foi mandar todo mundo para a delegacia. 

O prefeito disse ainda ter se deparado com as crianças “pulando a arena e entrando por baixo da tela, que foi danificada”. “Acionei a gerente de esportes em razão da depredação que estava acontecendo”, relatou.

Edilson Magro afirmou não ter envolvimento com a decisão de acionar a PM da cidade. “Não pedi para ligar para a polícia e sobre levar para a delegacia foi uma decisão tomada pelo Conselho Tutelar e pela polícia”, finalizou.

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Alambrado danificado (Divulgação, PMC)

“Sem necessidade de levar para delegacia”, diz delegada

Para a delegada-titular de 1ª DP de Coxim, Brunna Karla Dias Melo, não havia necessidade de levá-los à Delegacia.

“Eles poderiam ter deixado os menores lá, acredito eu. Tinha pegado o nome dos pais dos menores e feito só o BOPM [Boletim de Ocorrência da Polícia Militar] e entregado só o BOPM aqui e depois a gente ia investigar de qualquer forma. Não precisava ter deslocado todas aquelas crianças para cá”, explica ao Jornal Midiamax.

De acordo com a delegada-titular, o flagrante foi feito para apurar possíveis danos no gramado sintético e estrutura da quadra, que passa por reforma. Além disso, a abertura na grade do alambrado pode ter sido feita antes. Entretanto, a responsabilidade pelo ato e as supostas avarias no campo serão periciados pela Polícia Civil.

Crianças foram liberadas

Segundo uma das conselheiras tutelares que atenderam a ocorrência, Flávia Pinasso, tanto o conselho quanto a polícia encaminharam as crianças até em casa após saírem da delegacia.

“Desde o início da ocorrência, nós estivemos com eles, com as crianças e com os adolescentes. Por mais que seja uma situação delicada, nós demos e estamos dando todo suporte necessário para que isso venha a se resolver e não venha causar nenhum dano para eles de alguma forma”, disse Flávia ao Jornal Midiamax.

Ainda de acordo com a delegada, nenhum dos menores tem alguma infração registrada em seus nomes e por isso foram liberadas logo após chegarem na delegacia.

Caso segue sendo investigado

Em nota, a Prefeitura de Coxim alega se solidarizar “com aqueles que foram encaminhados à delegacia para serem ouvidos, inclusive os menores de idade, e informa que colocou toda a equipe a disposição para acompanhar a situação e prestar o apoio necessário”.

“No entanto, também considera que os pais ou responsáveis devem se sensibilizar e orientar seus filhos que não se deve invadir ou depredar espaços públicos, que são de uso coletivo e devem ser respeitados e preservados”, ressalta.

Conforme a delegada-titular, a polícia deve ouvir a gerente de Esporte e Cultura, as conselheiras tutelares e, eventualmente, os pais das crianças. O laudo da perícia deve ser concluído em até 10 dias. Após terminado, o inquérito segue para o Ministério Público Estadual.

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