A onda extrema de frio que atingiu a aeronave da Voepass que caiu na tarde da última sexta-feira (9), em Vinhedo, no interior de São Paulo, estava sobre o Mato Grosso do Sul também. O acidente não deixou sobreviventes, vitimando 62 pessoas. As condições atmosféricas da área onde sobrevoava o avião da Voepass poderiam ter provocado um estado de estol na aeronave, ou seja, a perda da sustentação.
Na última sexta-feira (9), o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) havia emitido alerta laranja para o declínio de temperatura em partes de São Paulo e Mato Grosso do Sul. O alerta seguiu até às 23h59, representando risco à saúde e declínio de temperatura maior que 5°C.
A aeronave do modelo ART-72, da Voepass Linhas Aereas caiu em espiral, antes de atingir o solo e iniciar o incêndio. Contudo, as hipóteses são de que o avião tenha caído devido ao acúmulo de gelo nas asas.
Conforme o g1, meteorologistas apontaram “áreas de instabilidade” e 35% de formação de gelo nas proximidades do local onde o avião caiu. Ainda, as informações são de que no momento exato em que a aeronave estava fazendo a aproximação havia um “forte vento” de cauda – o que acabou aumentando a velocidade do avião em relação ao solo.
“Estimativas de modelos meteorológicos indicam temperaturas entre −9° a −11 °C na altura correspondente a 500hPa na região de Vinhedo por volta das 13h”, disse o órgão ao g1.
Com isso, a aeronave despencou quase quatro mil metros em apenas dois minutos. O registro de voo do Flight Radar mostra que o avião estava a 17 mil pés de altitude às 13h20 e a 4 mil pés às 13h22, quando o sinal de GPS foi perdido pela plataforma. A aeronave caiu pouco mais de 20 minutos antes de pousar.
Queda
A aeronave, com 62 pessoas, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes, havia saído de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP). A decolagem ocorreu às 11h50, segundo o FlightAware, e aterrissaria às 13h45.
Entretanto, acabou caindo no bairro Capela, em Vinhedo, próximo à região de Campinas. Dados preliminares de radares apontam que a aeronave atingiu uma razão de descida de 13 mil pés por minuto.
A Prefeitura de São Paulo confirmou que todos os ocupantes da aeronave morreram. Com a queda, além do incêndio as peças da aeronave atingiram casas.
Último acidente com avião comercial
O último acidente com avião comercial no Brasil foi há 17 anos no Aeroporto de Congonhas. Em 2007, a maior tragédia da aviação brasileira era registrada.
Em 17 de julho de 2007, o Airbus A-320, da TAM, não conseguiu frear na pista de Congonhas. Ao todo, 199 pessoas morreram no acidente, sendo que 12 estavam no solo.
Entretanto, naquele dia, a pista estava molhada e, por conta de uma reforma, estava sem as ranhuras que facilitam a frenagem do avião. Como o avião não freou, acabou atravessando a pista e atingiu um prédio de cargas na Avenida Washington Luiz.
