O cenário de destruição impressiona quem passa em frente à Base Aérea de Campo Grande, após o incêndio que atingiu a vegetação e consumiu cerca de 30 hectares na última terça-feira (30). A fumaça é insistente e permanece saindo da área já totalmente consumida pelas chamas, para a tristeza de moradores que alegam dificuldade em respirar.

No entanto, tudo indica que o pesadelo ainda não acabou. Isso porque, na manhã desta quarta-feira (31), um novo foco de incêndio foi identificado em meio a uma área verde do mesmo terreno, com risco de se alastrar devido ao vento intenso.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax esteve no local e conversou com moradores que tentam molhar parte da vegetação e os muros das casas, com medo de que o fogo ultrapasse e atinja a área residencial que cerca a Base Aérea.

Cobra foi encontrada próximo a calçada (Reprodução, Fala Povo)

O aposentado Décio Mello, de 63 anos, mora há mais de 40 anos no bairro e está na ‘missão’ de evitar que o fogo chegue próximo a sua casa.

“O cenário é recorrente, todo ano é isso. Falta cuidado aqui no bairro, é uma tristeza. Tem muito tatu nessa mata e morrem todos. Aqui nessa área tem muita cobra também, e com esses incêndios elas acabam vindo pra dentro das casas”, aponta o morador, que encontrou uma cobra vinda do terreno logo no início do incêndio, por volta das 5h.

Causas do Incêndio

Ainda não se sabe as causas do incêndio na vegetação, mas os moradores atribuem o ocorrido ao abandono da região. Para eles, a falta de manutenção no local é ‘convite’ para que muitas pessoas joguem entulhos nas calçadas, ateiem fogo no lixo ou joguem bitucas de cigarro.

Helena Neris, 53 anos, é vizinha ao terreno incendiado. À reportagem ela aponta que não estava em casa quando o incêndio começou, mas se assustou ao chegar no bairro e se deparar com uma nuvem de fumaça preta.

“Fiquei assustada porque era muita fumaça mesmo e uma fumaça preta. Depois que voltei eu joguei água nos muros da casa”, afirmou.

“O cheiro tava muito forte, mas conseguimos dormir sem problemas. Sou de Minas Gerais e trabalhava em carvoeira, já estou acostumada com o cheiro. Mas assim, estava muito feio, tudo escuro. O pessoal fumante ainda passa aqui e joga cigarro. Tem que tomar cuidado com o capim seco”, aponta.

A moradora Neide Batista, de 56 anos, também se impressionou com a proporção do incêndio e relatou que “parecia chuva, o barulho do fogo estralando. O pessoal acaba colocando fogo em lixo e aí é essa tragédia, espalha tudo. Fica horrível pra respirar”.

Área queimada em incêndio da terça-feira (Lucas Caxito, Jornal Midiamax)

Entenda

Conforme moradores, o fogo começou por volta das 5h desta terça-feira (30). Os militares que atenderam à ocorrência usaram sopradores, abafadores e bomba costal, que é uma espécie de mochila que armazena água, para minimizar as chamas.

Moradores da região acreditam que o fogo começou na calçada que se estende pelo lado de fora da Base, onde costumam jogar lixo e há acúmulo de vegetação.

O incêndio de grandes proporções em vegetação foi combatido por 9 militares e 4 viaturas, com reforço de 10 brigadistas da própria Base.

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