Os biomas sul-mato-grossenses registraram uma alta expressiva de 94% na perda de floresta primária. Esses números contrastam com a média nacional, já que o Brasil registrou uma queda de 36% no desmatamento de floresta primária em 2023, impulsionada pela redução de 39% registrada na Amazônia.

A floresta primária, também conhecida como mata virgem, consiste em áreas intocadas ou que a ação humana não provocou alterações significativas das suas características originais de estrutura e de espécies.

Os dados divulgados pela GFW (Global Forest Watch) mostram que o Brasil lidera a redução do desmatamento, caindo de 43% em 2022 para 30% em 2023. Segundo o levantamento, essa queda é atribuída às políticas de preservação ambiental implementadas pelo atual governo.

“O Brasil teve uma redução de 36% na perda de floresta primária em 2023 sob a liderança do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alcançando o nível mais baixo desde 2015”, destaca o relatório.

De 2022 a 2023, a Amazônia registrou uma diminuição de 22% nos índices de desmatamento. Em contrapartida, o Pantanal apresentou um cenário extremo. Em um ano, houve um aumento de 362% na redução de floresta primária. Só em Mato Grosso do Sul, a perda de floresta primária, que também inclui outros biomas (Cerrado e Mata Atlântica), foi de 94%.

Incêndios e produção agropecuária impulsionam desmatamento

Pantanal

Fogo que atingiu a região pantaneira (Divulgação)

Epicentro da produção agrícola no país, a expansão do cultivo de soja no Cerrado mais que dobrou ao longo das últimas duas décadas. O aumento preocupante na perda de cobertura arbórea acompanhou esse crescimento, com um salto de 6% de 2022 a 2023, mantendo uma tendência de alta nos últimos cinco anos.

O relatório destaca que organizações da sociedade civil têm clamado para que as empresas assumam um compromisso com a agricultura livre de desmatamento para garantir que as cadeias de suprimentos não contribuam para a perda de ecossistemas.

Maior área úmida tropical do mundo, o Pantanal enfrentou um pico significativo de perda florestal em 2023, ocasionada principalmente pelos incêndios. Embora sejam uma característica natural do ecossistema, a combinação de vários anos de estiagem, em parte causada pelas mudanças climáticas, resultou em queimadas repetidas em diversas áreas, o que compromete a capacidade de recuperação do Pantanal.

Os três biomas que dividem a fauna e flora de MS são o Pantanal, a Mata Atlântica e o Cerrado. Os dois últimos apresentaram os maiores índices de espécies ameaçadas.

MS concentra 90% da área desmatada do Pantanal

Pantanal (Divulgação, Agesul)

Dados do relatório MapBiomas, divulgado em 2023, apontam que entre 2019 e 2022 mais de 101 mil hectares foram desmatados no Pantanal, o que equivale a uma área próxima ao tamanho da cidade de São Paulo. Mato Grosso do Sul concentra 90% da área desmatada do Pantanal.

Conforme o relatório, mesmo com as ações crescentes em prol da preservação do bioma, os números são preocupantes. Em 2022, o Pantanal registrou os piores números do triênio, com 31.211 hectares devastados entre florestas úmidas, campos naturais e formações savânicas.

Os dados mostram que dentre os ecossistemas brasileiros, o Pantanal foi o mais agredido em área média desmatada.

Outro fato alarmante é que 90% do fenômeno ocorre em Mato Grosso do Sul, com metade das ocorrências registradas em propriedades do município de Corumbá.

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