Somente nos três primeiros meses de 2024, Mato Grosso do Sul registrou 421 casos de icterícia neonatal, doença caracterizada pela pele, mucosas e olhos amarelados. Ao longo do ano passado, foram 1.232 diagnósticos da doença em bebês. Os dados são da SES (Secretaria Estadual de Saúde) e revelam que os registros do primeiro trimestre deste ano representam 34,17% do registrado em 2023.

Assim, embora a icterícia seja uma doença comum – que afeta 80% dos recém-nascidos – os pais precisam estar atentos aos sintomas. Assim, podem buscar orientações médicas para evitar quadros de saúde mais graves.

Segundo o médico pediatra Alberto Cubel, há várias causas para icterícia neonatal. Logo, a depender do motivo, os primeiros sinais podem ser perceptíveis já nas primeiras 48h após o nascimento do bebê.

Normalmente, o motivo da icterícia é a incompatibilidade do sistema de classificação do sangue humano (A, B, AB e O) ou do fator Rh. Estes, no caso, são os antígenos que determinam se o sangue é positivo ou negativo.

“Dependendo da causa, pode ser grave. Mas, na maioria, não são. Temos variações, também, conforme a idade gestacional, sendo mais comum em RN (recém-nascidos) prematuros”, explica o especialista.

Riscos da doença

Segundo o pediatra, o risco de complicações é maior quando há a impregnação do sistema nervoso central pela substância que causa a doença. Desta forma, o não tratamento ou tratamento tardio pode causar uma doença chamada Kernicterus, que pode gerar lesões permanentes, como déficit intelectual.

Por isso, assim que o bebê recebe o diagnóstico, deve iniciar o tratamento. Segundo o especialista, como a maioria das icterícias acontece devido ao aumento da bilirrubina indireta, o principal tratamento é a fototerapia. É o famoso “banho de luz”, como é popularmente conhecido.

“Há casos mais graves em que é preciso ser feita a troca do sangue da criança, que chamamos de exsanguineotransfusão”, detalha. “É um procedimento pelo qual o sangue do bebê é removido e substituído por outro, de um doador compatível”, complementa.

Contudo, outros tratamentos ainda podem ser necessários. Dentre eles, cirurgia e até transplante de fígado, nos casos de bebês que nascem com uma alteração anatômica chamada atresia de vias biliares.

“O importante é fazer o diagnóstico com a maior precocidade possível para evitar complicações e sequelas”, finaliza Alberto.

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