O Ministério Público de Mato Grosso do Sul pediu esclarecimentos ao secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, sobre a falta de equipe técnica no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. A secretaria tem 20 dias para apresentar informações.
A cobrança de explicações ocorre após notícia de fato que apura irregularidades no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. Além da falta de profissionais, o MPMS quer informações sobre ausência de insumos, aparelho de tomografia quebrado, sujeira e falta de manutenção hospitalar.
Outra denúncia grave que chegou ao MPMS é sobre a morte de crianças por falta de medicamentos e assistência adequada. O documento emitido no dia 7 de junho é assinado pela 32ª Promotora de Justiça, Daniella Costa da Silva.
Denúncia sobre falta de insumos e profissionais
As denúncias sobre a situação precária do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul chegaram ao Ministério Público Estadual em fevereiro. Na época, denunciante, estimava falta de 300 profissionais (entre técnicos e enfermeiros) para prestar uma assistência de qualidade aos pacientes.
Com o déficit de mão de obra, setores estavam com apenas metade do quadro ideal de profissionais. Com isso, a equipe apresenta sintomas de sobrecarga e exaustão devido à quantidade elevada de horas extras.
Também faltam medicamentos e insumos no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. E, 30 dias faltou soro fisiológico de 100ml, seringas de 10ml, cateter de punção venosa de números 20, 14, 16, além de luvas P, sinvastatina comprimido, materiais de curativo (dersani, placas de hidrogel, compressas, gaze, clorexidina para higiene oral).
As denúncias ainda incluem falta de higiene adequada aos pacientes e alimentação de baixa qualidade, devido a entregas precárias de empresa terceirizada.
Concurso em andamento com 279 vagas
No fim de janeiro deste ano, o Governo do Estado lançou três editais para preenchimento de 279 vagas no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. O concurso foi anunciado após reportagens do Jornal Midiamax retratarem a defasagem no quadro de funcionários e a demora em oito meses para lançar edital do concurso, mesmo com certame autorizado.
As vagas de nível superior são destinadas a diferentes funções da área de saúde, que engloba de médico a assistente social. Os salários variam entre R$ 2.480,16 e R$ 3.006,26, com adicionais de até 105% do salário. As jornadas variam de 30h a 40h semanais.
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de MS, Ricardo Bueno, acredita que a solução para a falta de profissionais é a realização de um concurso com no mínimo 500 vagas. Ele estima que só na área de enfermagem, onde o quadro é de 1 mil funcionários, faltem 300 profissionais.
