Mortes, aumento de focos e falta de chuva marcam 150 dias de combate a incêndios em MS

Número da área queimada registra alta de 5.395,2% comparado ao ano passado

Karina Campos – 29/08/2024 – 09:07

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Operação Pantanal (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

A Operação Pantanal, em combate aos incêndios florestais, completa nesta quinta-feira (29) os 150 dias em Mato Grosso do Sul. O cenário severo das queimadas resulta em constante aumento de hectares devastados pelo fogo, perda da fauna e morte de moradores. Para o mês de setembro, a previsão meteorológica é desanimadora diante das altas temperaturas, baixa umidade do ar e falta de chuvas.

De acordo com a atualização do boletim do Governo do Estado, de janeiro a última terça-feira (27), foram atingidos pelo fogo 1.779.075 hectares, sendo um aumento de 5.395,2% comparado ao ano passado, com os dados do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais). Neste ano, foram registrados 6.387 focos de calor, enquanto foram 292 em 2023. O aumento é de 2.087,3%.

A tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Tatiane Inoue, ressalta que o aumento em ocorrência de incêndios florestais não se limita apenas à região pantaneira, tendo alta em todos os biomas do Estado. Visando os próximos dias em estiagem, o combate ganha reforço de equipes do Paraná e Rio Grande do Sul. Ao todo, mais de 560 pessoas estão atuando no Estado, como ONGs, brigadistas, bombeiros e Forças Armadas.

Piora nas condições climáticas

Valesca Fernandes, coordenadora e meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), adianta que as condições de tempo serão desanimadoras nos próximos dias. A previsão indica chuvas abaixo da média histórica para setembro.

Com isso, o Estado enfrentará três circunstâncias propícias para a propagação de fogo: temperaturas acima da média, chuvas abaixo da média e umidade relativa do ar entre 10 e 30%.

Entre sexta-feira (30) e sábado (31), os termômetros variam a máxima de 35 a 38°C na região pantaneira. Há chance de queda de temperatura na segunda (2), contudo, rápida elevação para 40°C na terça-feira (3).

Todo o Estado está classificado como área em seca, que varia de seca fraca a extrema.

Mortes

Na última quinta-feira (22), o brigadista Paulo Henrique Souza, de 19 anos, morreu durante a tentativa de combate ao fogo em um canavial de uma usina em Sonora. O fogo teria avançado do estado vizinho, Mato Grosso.

No dia 14 deste mês, Edson Genovez, de 32, também morreu enquanto tentava agilizar um aceiro com um trator, entretanto, o fogo se alastrou rapidamente.

Queimadas proibidas

O secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), reforçou que, devido à previsibilidade de seca severa, o Estado ganha reforço de brigadistas do Prevfogo, autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao todo, 35 municípios estão em estado de emergência por conta das queimadas. Portanto, a queimada controlada permanece suspensa. Qualquer flagrante de pessoas ateando fogo, seja na área urbana ou rural, a orientação é acionar a polícia pelo 190.

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