O Ministério Público de Mato Grosso do Sul decidiu investigar sobre o elevado número de suposto erro médico em crianças com cardiopatia congênita na Santa Casa, em Campo Grande. O número de crianças que morreram nos últimos meses no hospital com doença no coração chegaria a 20.

Notícia de fato vai apurar se as mortes estão relacionadas a erros médicos, negligência, imprudência ou imperícia cometidos pelo setor de cardiologia infantil da Santa Casa. Denúncias feitas ao MPMS ainda expõem falta de plantonistas, demora no atendimento e desassistência às crianças.

Diante da situação, o Ministério Público quer ouvir as partes envolvidas e enviou ofício para a Santa Casa, Secretaria de Saúde de Campo Grande e Conselho regional de Medicina de Mato Grosso do Sul.

À Santa Casa, o MPMS questionou esclarecimentos sobre o assunto, a composição da equipe de cardiopediatria, escala médica dos profissionais, número de pacientes em espera por consultas, taxa de mortalidade de pacientes que passaram por cirurgia cardiopediatria e assistência no pós-operatório.

Já a Sesau foi cobrada por adotar providências necessárias em relação aos fatos e informar estatísticas do setor que possui. Enquanto o Conselho de Medicina deve adotar providências cabíveis e investigar se houve imprudência e imperícia do setor de cardiopediatria.

Morte de bebê vira batalha judicial

Em 2023, um bebê de três meses morreu na Santa Casa, com cardiopatia congênita. A família alega desassistência e negligência média e, com isso, tem sido processada judicialmente por médicas do hospital.

Quatro dias após a morte de Caleb, ainda abalada pelo luto, Gabrielle escreveu uma avaliação negativa das médicas nas redes sociais. No texto, ela contesta a conduta das profissionais e alega que o filho foi vítima de negligência.

No processo, as duas médicas alegam que ficaram completamente abaladas ao verem a avaliação, considerada por elas “extremamente ofensiva”. Ainda conforme o processo, as profissionais afirmam ter prestado todo o suporte necessário à criança. Contudo, o paciente não respondeu às intervenções e morreu.