Após mortes de bebês, manifestantes pedem construção de UTI Neonatal em Corumbá

Manifestantes voltaram a denunciar a mortalidade de recém-nascidos nas maternidades de Corumbá, em ato realizado na Praça Independência neste domingo (17). Segundo os denunciantes, a falta de uma UTI Neonatal é a causa de muitos óbitos evitáveis. 

Com o lema “UTI Neonatal Salva Vidas”, os manifestantes solicitaram a construção de uma UTI Neonatal no município fronteiriço. Eles usavam camisetas brancas ou com fotos dos bebês falecidos. Foram colocados ainda balões brancos e pretos em sinal de protesto e luto.

Do alto do coreto, Evelyn Amorim contou sua experiência. “Muitas pessoas em nossa cidade não sabem o que acontece aqui, elas não se mobilizam até que um dia acontece com suas famílias, por falta de informações, eu mesmo não conhecia essa realidade até perder o meu”, afirmou.

A manifestante destacou ainda o caso do óbito de sua amiga Eneliz Silva no início deste ano, junto ao seu bebê.  

“A família dela está aqui, era minha amiga de infância, e tinha o sonho de construir uma família. Logo no momento em que ela iria ter um filho, seu sonho foi destruído”, afirmou.

Histórico

No ano de 2022, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) abriu inquérito para apurar a morte de 69 bebês no período de dois anos na Maternidade de Corumbá, nos dois anos anteriores. Foram registrados 34 óbitos em 2021 e 35 em 2020.

Todo o atendimento do município feito às gestantes pelo SUS (Sistema Único de Saúde) se dá na Associação Beneficente de Corumbá – Santa Casa de Corumbá. O local atende pacientes dos municípios de Corumbá, Ladário e cidades fronteiriças da Bolívia. 

Segundo comunicado da Prefeitura Municipal à imprensa no mês de janeiro deste ano, não existe previsão para a construção de uma UTI neonatal, mas está em andamento a reforma do Centro Obstétrico da Maternidade da Santa Casa de Corumbá, após problemas com a empresa responsável pela obra.