A confirmação de 20 óbitos e mais de mil contaminações por leptospirose em decorrência das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul desde maio motivou questionamento sobre um eventual cenário de surto em Mato Grosso do Sul: mesmo com baixa incidência, quais as chances do Estado enfrentar um surto da doença transmitida pela urina de ratos?

O cenário no RS fez alguns alertas se estenderem a outras regiões do Brasil para a probabilidade de eventuais infecções, principalmente em regiões de alagamentos. É o caso de algumas regiões de Mato Grosso do Sul que exigem alerta em períodos de chuva intensa, como Aquidauana, Anastácio e Porto Murtinho.

Qual o risco de surto em MS?

Conforme a SES, em 2023 o Estado registrou 66 casos e até 25 de junho, 2024 registrou 41. Tanto no ano passado quanto neste, não houve registro de morte. No ponto de vista epidemiológico, no entanto, apesar de presente, a incidência da doença é baixa.

Apesar dos casos confirmados, não há um levantamento que aponte quais cenários propiciaram essas infecções no Estado. Dos 79 municípios sul-mato-grossenses, Campo Grande foi o que mais registrou casos de leptospirose, mas isto é reflexo do número populacional que, na Capital, é bem maior.

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente de ratos.

Normalmente a infecção acontece a partir da pele com lesões, mas também é possível em casos de pele saudável quando imersa por longos períodos em águas contaminadas ou por meio de mucosas.

A ocorrência da doença está relacionada às condições precárias de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados.

Inundações, como as que atingiram o Rio Grande do Sul, propiciam ainda mais a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente, o que pode resultar em um cenário de surto da doença.

Sintomas da leptospirose

O período de incubação, tempo entre a transmissão da infecção até o início das manifestações dos sinais e sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e ocorre normalmente entre 7 e 14 dias após a exposição a situações de risco.

Os sintomas da leptospirose são variáveis e facilmente confundidos com os sinais de diversas outras doenças. Há casos em que pacientes serão assintomáticos e, em outros, o quadro poderá ser grave.

Os principais sinais da doença são: febre, falta de apetite, dor muscular, dor de cabeça e náuseas.

Também pode ocorrer diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular, tosse e aumento do fígado e/ou baço.

Segundo o Ministério da Saúde, em aproximadamente 15% dos pacientes infectados, o quadro evolui para manifestações clínicas graves que se iniciam após a primeira semana de doença.

Diagnóstico

Para um diagnóstico preciso, realiza-se um exame de coleta de sangue, no qual há verificação se há uma presença de anticorpos para a doença ou a presença da bactéria.

A escolha do método laboratorial, no entanto, dependerá da fase evolutiva do paciente.

Já o tratamento ocorre através do uso de antibióticos, iniciado já no momento de suspeita. Contudo, a automedicação não é indicada.

Em casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade.

Prevenção contra leptospirose

Para se prevenir é necessário estar atento à qualidade da água, que obrigatoriamente deve ser potável, filtrada, fervida ou clorada para consumo.

Em casos de locais com lamas, é importante realizar a limpeza do ambiente sempre com luvas e botas, e desinfectar bem todo o espaço.

Evitar o contato com água ou lama também é fundamental como prevenção da doença. Impedir que crianças brinquem em águas de enchentes e enxurradas também é importante.

É importante manter o ambiente sempre limpo e sem lixo para controle de roedores.

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