Sensação do momento nas farmácias, o medicamento Ozempic pode ser encontrado por até R$ 1.220,52 em . O Jornal Midiamax realizou uma ronda por farmácias da Capital, na última quarta-feira (21), e observou que em diversas redes o estoque do medicamento é alto.

O Ozempic é uma caneta injetável de uso semanal, que pode durar até um mês, dependendo da dosagem prescrita. Um dos efeitos de seu uso é o emagrecimento, mas o medicamento não é indicado para perda de peso sem acompanhamento médico.

A caneta de 0,25 miligrama foi encontrada pelo preço mínimo de R$ 776 e valor máximo de R$ 958,37. Já o mesmo medicamento de 1 miligrama, custa entre R$ 1.017 e R$ 1.220,52.

Contudo, a popularidade do medicamento é, no mínimo, polêmica. Isso porque foi desenvolvido para estimular a liberação de insulina em diabéticos. Mas, um dos seus efeitos está na redução da e emagrecimento.

O medicamento não requer receita. Nesse contexto, médicos alertam para os riscos do uso sem prescrição.

Entenda o princípio ativo do Ozempic

Conforme Ana Carolina Wanderley Xavier, a semaglutida é de uso semanal criado inicialmente para tratamento de tipo 2 por facilitar a ação da insulina através do hormônio GLP-1, substância liberada pelo organismo na hora da alimentação. Além disso, também auxilia na sensação de saciedade.

“Com o passar do tempo foi visto que os pacientes que usavam essa medicação também emagreciam, então foi começado a usar para tratamento para a , mas foi liberado ano passado [2023] para este fim”, afirma.

Dessa forma, ele é liberado para ambos os acometimentos desde que usado adequadamente, o que nem sempre acontece. Não é à toa que, apesar do alto valor aquisitivo, o medicamento pode ser considerado disputado nas farmácias de Campo Grande.

Pessoas estão ‘abusando' do Ozempic para emagrecimento

De acordo com a médica endocrinologista Flávia Tortul, as pessoas estão abusando do Ozempic para emagrecimento sem orientação ou acompanhamento médico.

“O remédio é um hormônio intestinal GLT1 e tem múltiplas ações no organismo, no caso do diabético a melhora acontece porque estimula a secreção de insulina e diminui a secreção de glucagon, somente quando a glicose sanguínea estiver elevada. Já para obesidade ele sinaliza ao hipotálamo a reduzir a fome e aumentar a saciedade. É um medicamento muito bom, mas é recomendado que seja feita avaliação com o médico”, afirma a endocrinologista.

Dentre os efeitos colaterais citados pela especialista estão: náuseas, dores de cabeça, constipação intestinal, diarreia e até pancreatite.

“Assim como todo medicamento, ele oferece riscos, principalmente de pancreatite. Por isso, a dose tem que ser ajustada individualmente. Quando usa de maneira inadequada, como diariamente, os efeitos são muito maiores, inclusive aumentando o risco de pancreatite e problemas hepáticos”, ressalta a médica Ana Carolina.