O incêndio de grandes proporções, que aconteceu nesta sexta-feira (26) na Aldeia Lagoa Bonita, na região norte de Campo Grande, devastou 123,5 hectares, revelam dados do Painel do Fogo, do Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia). Segundo os bombeiros, a população ficou entre dois focos de fogo e 7 mil litros de água foram utilizados no combate às chamas.

A área é local de moradia para 280 famílias e seis famílias ficaram impedidas de voltar para suas casas, por tempo indeterminado. Conforme divulgado pelo Cras (Centro de Referência da Assistência Social) do município, as cinco famílias mais afetadas foram encaminhadas para abrigo no Ginásio Poliesportivo Tarsila do Amaral, próximo à aldeia. Cerca de 50 pessoas foram levadas para o abrigo montado temporariamente.

Além do fogo intenso, a fumaça tomou conta da região, oferecendo risco à saúde dos moradores da Aldeia. Confira na imagem do Painel do Fogo, representando a área devastada:

Reprodução/Captura de tela realizada em 27 de julho de 2024

Para garantir o atendimento no final de semana, servidores da SAS e do CRAS trabalharão em regime de plantão para atender às necessidades das famílias que estiverem na comunidade Água Bonita e no abrigo temporário. As equipes do CRAS também estão contribuindo com a distribuição de galões de água na comunidade.

Equipes da Unidade de Saúde da Família (USF) Vida Nova também acompanham as famílias da aldeia para fazer encaminhamentos à unidade de saúde, caso seja necessário.

Atendimentos aos moradores

Segundo a prefeitura, equipes da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) realizaram triagem no local do incêndio, dando prioridade ao atendimento de crianças e idoso, em razão do contato com a fumaça.

Ainda ontem (26), o espaço no ginásio foi preparado com colchões e cobertores para outras famílias que desejarem sair da aldeia até que o índice de fumaça no local esteja reduzido.

Segundo a prefeitura, no local, seriam servidas refeições às famílias acolhidas, providenciadas pela equipe do CRAS Vida Nova, que também está organizando a distribuição de donativos de roupas.

Não se sabe o que causou o incêndio

Foto: Henrique Arakaki/Midiamax

Segundo a prefeitura, há suspeitas de que o incêndio tenha sido causado intencionalmente, o que será investigado pelas autoridades competentes. Alguns moradores também desconfiam que tenha sido uma queima criminosa.

“O fogo se alastrou rapidamente, segundo os moradores. É fundamental aguardarmos o laudo técnico dos Bombeiros e da Defesa Civil para entendermos o que realmente ocorreu aqui na comunidade hoje. Vivemos um período de seca intensa, que aumenta o risco de incêndios, e estamos atentos e preparados para agir proativamente, com cuidado, dedicação e eficácia”, disse a prefeita Adriane Lopes.

Casas atingidas pelo fogo

Uma das casas mais atingidas pelo fogo foi a de Josiane Dias Lemos da Silva, 40 ano. Ela vivia na residência com mais oito pessoas: o marido, dois filhos, além da irmã, cunhado e três sobrinhas adolescentes.

A casa deles teve janelas estouradas, paredes e cobertores queimados. Segundo a Defesa Civil, a estrutura do imóvel foi comprometida e não há previsão para eles possam voltar a residir no local. Entretanto, a prefeitura informou que dará toda a assistência necessária.

Uma das moradoras afirma que o incêndio começou por voltas das 9h. “O fogo veio do Anache para cá e veio com tudo. Foi muito rápido. Não deu tempo de nada. E aí teve gente correndo, gritando e muita fumaça. Retirei meus móveis todos para ver se não perdia tudo”, disse.

Foto: Henrique Arakaki/Midiamax

População utilizou baldes no combate

Parte da população se mobilizou para conter o fogo, utilizando mangueiras e baldes. Entretanto, a Defesa Civil alerta que essa ação é muito perigosa e deve ser feita apenas por profissionais capacitados.

Ainda conforme os relatos, a população viu que o fogo se alastrou rapidamente, tomando conta de uma área muito grande em questão de minutos. Alguns deles conseguiram caminhões, nos quais colocaram parte de seus pertences pessoais e móveis, por temerem que mais casas fossem atingidas pelo fogo.

Incêndios em Campo Grande

Nos últimos dias, ocorrências de incêndios têm se tornado comuns em todas as regiões. Neste sábado (27), um incêndio próximo à área de preservação assustou comerciantes na avenida Rita Vieira em Campo Grande.

Além disso, entra na lista o próprio incêndio de grandes proporções atingiu a Aldeia Lagoa Bonita, na região norte de Campo Grande. Segundo os bombeiros, a população ficou entre dois focos de fogo e 7 mil litros de água foram utilizados no combate às chamas na sexta-feira (26).

Ainda nesta semana, 50 hectares de um terreno no Jardim Cerejeiras foram destruídos pelo fogo, 10 hectares de uma área particular nos altos da Avenida Afonso Pena também foram devastados e um lixão foi atingido no Jardim Ilhéus. 

Segundo o Corpo de Bombeiros, de janeiro a julho deste ano Campo Grande somou 614 registros de incêndios. Somente neste mês, foram mais de 105 ocorrências, com chances de superar junho, que teve 118 casos e destaque para o maior pico do ano.

Tempo seco deixa MS na linha de perigo de incêndios

Os 79 municípios de Mato Grosso do Sul seguem sob alerta de baixa umidade do ar emitidos pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Com o ‘combo’ de altas temperaturas, o clima no Estado está propício para o avanço de incêndios urbanos e florestais. 

“Umidade relativa do ar variando entre 20% e 12%. Risco de incêndios florestais e à saúde. Ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz”, alerta o Instituto. 

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