Profissionais de saúde, pesquisadores, gestores de saúde e do HU-UFGD (Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados), assim como lideranças indígenas, se reuniram nesta semana para tratar da saúde da população indígena de Dourados, cidade a 230 km de Campo Grande.

A reunião permitiu o levantamento das demandas de saúde, tanto preventivas, quanto assistenciais, da região. “Queremos trabalhar com matriciamento em saúde mental, psiquiatria, endocrinologia e cardiologia, para melhorar os atendimentos e reduzir a fila de espera dessas especialidades”, detalhou médico psiquiatra Thiago Pauluzi Justino, gerente de Ensino e Pesquisa do HU-UFGD. 

“Estamos com uma agenda para começar essa atividade nos próximos meses e vamos levantar mais especialistas que querem trabalhar também nesse projeto de tele-matriciamento, de matriciamento dentro do hospital universitário para trazer uma atenção especializada”, completou Pauluzi. 

Importância da comunidade

A reunião, realizada na Escola Estadual Indígena Guateka Marçal De Souza, também teve a presença de profissionais de saúde da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), que atendem a comunidade, assim como lideranças das Aldeias Jaguapiru e Bororó.

Essas comunidades englobam a maior reserva indígena de Mato Grosso do Sul, localizada em Dourados, onde vivem 13.473 indígenas, conforme o Censo do IBGE 2022. 

Segundo Rezembrink Martins de Lima, coordenador especial de assuntos indígenas do município de Dourados, as maiores demandas dessa população são nas especialidades de obstetrícia, psiquiatria e psicologia.

Ações para a comunidade

Para auxiliar nesses atendimentos, o coordenador de Gestão da Pesquisa e Inovação da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), Felipe Santa Rosa Roitberh, explica que a rede tem programas de iniciação científica e tecnológica. 

Esses programas oferecem “bolsas dedicadas para a população indígena para que aumente também a representatividade daqueles que fazem pesquisa em prol da causa indígena”. 

“E igualmente estamos desenhando em conjunto com a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) a oportunidade de pensar se num futuro não muito distante a gente pode também vislumbrar bolsas de pós-graduação em saúde indígena”, acrescentou.

As demandas elencadas na reunião foram apresentadas ao pró-reitor de Ensino de Graduação da UFGD, professor Etienne Biasotto.